Defensora acusada de matar marido é condenada a 28 anos pelo crime
Maria Paula Cavalcanti de Siqueira Campos, que está foragida, também foi afastada e perdeu cargo na Defensoria Públcia
A defensora pública Maria Paula Cavalcanti Siqueira Campos de Oliveira, 53, acusada de ser a mandante do assassinato do marido há 17 anos, o advogado e empresário Mário Celso Cavalcanti, foi condenada a 28 anos e seis meses de prisão. O juri terminou essa madrugada na Vara do Júri de Carurau e foi presidido pela juíza Priscila Vasconcelos. A magistrada solicitou a prisão preventiva da acusada, que ainda não foi encontrada pela Polícia, que se encontra foragida.
Segundo a Secretaria da Vara do Júri de Caruaru, Maria Paula recebeu a intimação para ser julgada, mas não compareceu a sessão na última quinta-feira. Segundo a Justiça, a réu também foi afastada da defensoria pública e perderá o seu cargo. O crime ocorreu no dia 15 de setembro de 1999 e teve grande repercussão na cidade do Agreste. Mário Celso Cavalcanti tinha 50 anos na época e era empresário do ramo imobiliário. Ele havia sido secretário de Transportes durante a 1ª gestão do ex-prefeito José Queiroz. A vítima foi morta quando chegava com a esposa e o filho mais velho, de 12 anos, na época, na porta de casa, no bairro de Maurício de Nassau.
Mário Celso foi surpreendido quando retornava do trabalho com a mulher e o filho mais velho, que na época, tinha apenas 12 anos. Ao
estacionar o carro na garagem, ele foi atingido por três tiros e morreu na hora. Enquanto isso, Maria Paula já havia descido do carro e deixado o filho
dentro de casa. Além de Maria Paula, também participaram do crime o taxista Ednaldo Cavalcante da Silva, que pegou uma pena de 25 anos.
Foram presos também a mãe-de-santo Maria Aparecida de Menezes, 34, o amante dela, o taxista Luís Vieira, 36, além do pistoleiro José Aélson dos Santos, 22, que teria sido o autor dos disparos, e do seu comparsa, Ednaldo Cavalcante da Silva, 34. Este último, segundo a vara do Júri de caruaru, foi condenado a uma pena de 25 anos e seis meses, mas está cumprindo em liberdade. Maria Paula era defensora pública do Juizado de Pequenas Causas de Caruaru.
A polícia chegou aos acusados fazendo o rastreamento das ligações do celular de Maria Paula, autorizado durante as investigações, pela juíza de Agrestina Luzicleide Maria Muniz Vasconcelos. Descobriu-se que a maioria das ligações partiram do celular pertencente à mãe-de-santo. Foram registrados 157 telefonemas de Maria Paula para Maria Aparecida e vice-versa em três semanas após o dia do crime.
Na época, o delegado Romano Costa, responsável pela investigação, informou que o crime teria sido motivado por questões financeiras, pois a vítima estava negociando a desapropriação de um terreno de 30 hectares na área do distrito industrial, avaliado entre R$ 350 mil e R$ 400 mil, além de vir tratando da partilha dos bens deixados pelo pai, o que renderia R$ 700 mil, de acordo com os familiares. Pelo serviço, as pessoas envolvidas receberam R$ 5 mil, sendo R$ 2 mil antes do crime.
A Justiça pede que qualquer informação sobre o paradeiro de Maria Paula pode ser repassada para o Disque denúncia: 3719.4545, de Caruaru, ou para o telefone da Vara do Júri: 3725.7435 ou ainda para o 190 do Ciods.