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UFPE cadastra estudantes com deficiência
Universidade quer identificar e acompanhar alunos com necessidades específicas para articular melhorias na acessibilidade

Os estudantes da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) devem atualizar seus dados cadastrais no Siga, sistema de informações da unidade, em especial no campo que se refere à pessoa com deficiência. A UFPE quer identificar e acompanhar os alunos com necessidades específicas para articular melhorias e garantir a acessibilidade necessária à permanência com qualidade na instituição. A iniciativa é para alunos de graduação e pós-graduação e está sendo promovida pelo Núcleo de Acessibilidade (Nace) da UFPE. De acordo com a coordenadora do Nace, Adriana Di Donato, a previsão é de que a atualização se estenda, em um segundo momento, para servidores da universidade.
“É muito importante que todos os estudantes atualizem seu cadastro e informem sua condição de pessoa com ou sem deficiência. Essa informação irá nos ajudar a pensar em mais estratégias de inclusão e a continuar melhorando a acessibilidade dos estudantes com deficiência ou com mobilidade reduzida”, afirmou Adriana Di Donato. Segundo Adriana, o último número de estudantes deficientes da universidade é de 2013 e não corresponde à realidade atual. Por esse motivo, a instituição quer saber quantos são, quem são, onde estão e o que precisam essas pessoas.
Aluna do terceiro período de arquitetura da UFPE, Bárbara Bium, 19 anos, é cadeirante desde os 13, quando sofreu uma infecção na medula que comprometeu os movimentos das pernas. Na opinião dela, o problema maior de mobilidade da instituição é a pavimentação. Segundo Bárbara, é preciso melhorar as calçadas internas e instalar rampas de acesso. “Há um desnível da rua para a calçada, além dos buracos no chão. Isso é perceptível em todo o campus”, comentou.
Adriana Di Donato informou que em 2015 foi concluída uma obra no valor de R$ 2 milhões que permitiu pavimentar 50% da área interna do campus. Foram instalados piso tátil e pista para ciclista, por exemplo. O restante do trabalho que precisa ser feito no espaço está sendo mapeado, inclusive nos prédios antigos e históricos. Mas não há previsão de quando começarão a passar por reformas. Professor de Transportes da UFPE e especialista em Mobilidade, Maurício Andrade relata que o problema do campus existe na estrutura antiga.
“Uma universidade como a UFPE tem prédios do início da década de 1970, por isso existe um passivo com relação a acessibilidade. De lá para cá foi surgindo a legislação de mobilidade e os prédios novos, construídos a partir de 2010, já foram erguidos dentro de um padrão inclusivo. Mas a universidade tem a intenção de resolver, tanto que existe uma comissão específica para o assunto”, comentou.