Pernambuco: a cada 15 minutos, uma pessoa é multada usando o celular enquanto dirige
Conheça a história de uma motorista que nunca usa o aparelho ao volante e veja os riscos de conduzir um veículo utilizando o telefone móvel

A funcionária pública Flávia Rocha, 33 anos, não se enquadra nessas estatísticas. Motorista “do bem”, ela não atende o telefone móvel em nenhuma situação. Acessar as redes sociais enquanto dirige, nem pensar. “Pode ser Jesus Cristo, o papa, quem for, não atendo”, brinca. Nos 8 km que dirige diariamente, ela deixa o celular no silencioso. Só vê e retorna as ligações quando para o carro e chega ao destino.
Caso a pessoa que está ligando insista muito, uma mensagem automática com o texto “estou dirigindo” é disparada para o telefone de quem discou. “Meus amigos e familiares já sabem que não atendo o celular quando estou dirigindo. Já reclamaram muito, mas agora já estão acostumados”, afirma. Apesar de ignorar o aparelho quando está ao volante, Flávia usa bastante o celular no dia a dia. “Tenho redes sociais e uso sempre o celular, mas, no carro, jamais”, ressalta.
A punição para quem dirige usando o celular é de R$ 85,13 mais cinco pontos na carteira de habilitação. Apesar disso, muitos motoristas parecem não se intimidar com a penalidade. “Nossa fiscalização é feita pelos agentes. Quando eles percebem que o motorista está dirigindo com apenas uma das mãos e constata a utilização do aparelho, é multado”, esclarece a presidente da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), Taciana Ferreira.
No Recife, a infração por dirigir fazendo uso do celular só fica atrás da direção em velocidade acima do permitido e estacionamento em local proibido. “O uso do celular somado à alta velocidade aumenta muito o risco de um acidente. Indicamos que os condutores deixem o aparelho no silencioso e só retorne ou faça ligações quando chegar ao destino”, aconselha Taciana.
Burlar a fiscalização usando o telefone no viva-voz ou no modo bluetooth - quando a ligação vai para o sistema de som do veículo - não diminui a chance de causar um acidente. “O problema não é apenas o ato de ligar ou segurar o aparelho. Existe o risco de o condutor receber uma notícia que o abala emocionalmente e, com isso, aumenta a possibilidade de resultar em uma colisão”, pontua a presidente da CTTU.