Vida Urbana

Mafioso italiano preso no Recife vai para sede da Polícia Federal em Brasília

Foto: PF/ Divulgação

[SAIBAMAIS]

O mafioso é membro da organização criminosa Camorra Napolitana. No Recife, ele se estabeleceu após entrar em território brasileiro, em 1986. A ação é considerada umas das prisões mais importantes dos últimos anos pela Polícia Internacional no Brasil. Scotti foi condenado pela Justiça de seu país à prisão perpétua, por 26 homicídios, além de crimes de extorsão e resistência, cometidos entre 1980 e 1983. Em 1984, escapou do hospital onde estava custodiado.

No Brasil, Pasquale usava o nome Francisco de Castro Visconti, se casou e teve dois filhos. Desde 1987, ele vivia na capital pernambucana. No momento em que foi preso, ele disse que a família brasileira não sabia de sua identidade real. As investigações iniciais sobre sua localização foram feitas pela Interpol, na Itália, em fevereiro. Integrantes da Camorra teriam passado à polícia informações de que Pasquale estaria na América do Sul. No dia 23, a Interpol remeteu ao Brasil um mandado de prisão da Justiça italiana.

O mafioso tentou negar a verdadeira identidade, mas a confirmação foi dada por meio do cruzamento das impressões digitais com dados da Polícia Federal. Policiais da Interpol pediram a prisão dele ao Supremo Tribunal Federal (STF) na sexta-feira. O pedido foi autorizado no sábado. Scotti foi levado à sede da Superintendência da PF no Recife.

Cabe agora ao Ministério da Justiça e ao Itamaraty intermediar o contato entre os governos brasileiro e italiano sobre a extradição de Pasquale. “As autoridades italianas serão notificadas da prisão, quando então se inicia o prazo de 40 dias para que o governo da Itália apresente os documentos necessários para o pedido de extradição do preso. Esse pedido será julgado pelo Supremo Tribunal Federal e, dependendo da decisão, ele poderá ser entregue”, afirmou o secretário nacional de Justiça do Ministério da Justiça, Beto Vasconcelos. Entre 2010 e 2014, o STF julgou 17 pedidos de extradição para a Itália. Desses, nove foram concedidos, cinco concedidos parcialmente, dois foram negados e em um caso houve desitência por parte do país europeu.

A pasta não comentou se a situação do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado no Mensalão, pode afetar o destino de Scotti. Colegiado de juízes do Tribunal Administrativo de Lacio, na Itália, julgam o caso em 3 de junho. Dependendo do resultado, ele pode ser extraditado em seguida. Pizzolato foi condenado a 12 anos e sete meses de prisão e multa de R$ 1,3 milhão por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro na ação penal do mensalão. Ele fugiu para a Itália em 2013, assim que o mandado de prisão foi expedido. Localizado em fevereiro de 2014, foi preso na cidade de Maranello, por porte de documento falso.

Leia a notícia no Diario de Pernambuco
Loading ...