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UPE faz concurso para reduzir déficit de professores

Só em Petrolina faltam 52 docentes. Governo anunciou seleção para o preenchimento de 49 vagas, sendo 15 delas para o campus do Sertão

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O horário de aulas da graduação em letras do campus Petrolina da Universidade de Pernambuco (UPE) está incompleto. Das cinco disciplinas que compõem a grade do primeiro período do curso, apenas duas são ministradas. Durante as aulas de latim 1, língua inglesa ou língua espanhola 1 e gramática textual, os estudantes ficam livres por falta de professor. A situação se repete em outros nove cursos do campus. Ao todo, faltam 52 docentes na UPE de Petrolina.

Para diminuir o déficit no quadro de professores da instituição, o governo do estado anunciou a realização de concurso para preencher 49 vagas. Dessas, 15 serão para o campus Petrolina. As inscrições para a seleção estão abertas até 16 de abril pelo site www.upe.br/portal/concursos/academicos. Os salários vão de R$ 2.791,20 a R$ 4.638,02, mais gratificações.

No entanto, mesmo com o concurso, disciplinas devem continuar sem professor. “Essa é a situação de todos os cursos. Nas graduações de letras, por exemplo, 28 matérias não estão sendo dadas. Ao todo, estimamos que 100 disciplinas estão sem professor”, criticou o estudante Maykson Andrade, 25. “Estou no primeiro período e já sem aula. Organizamos assembleia e movimento estudantil para tentar resolver isso o mais rápido possível. Inclusive, enviamos e-mails aos deputados pernambucanos pedindo para que façam algo”, completou Rita Freitas, 19, aluna de ciências biológicas.

No último sábado, o governador Paulo Câmara recebeu um grupo de alunos e professores para debater a questão. “Vamos fazer um programa de trabalho que envolva as condições emergenciais já neste primeiro semestre, além das questões de médio e longo prazos, que seriam o concurso para professores e outros aspectos estruturais que precisam ser debatidos”, garantiu o governador.

A UPE informou que a ausência de professores em Petrolina se deve à falta de concurso. De acordo com a assessoria de comunicação da universidade, as seleções só podem acontecer com a autorização do estado. A instituição enfatizou que, quando professores se aposentam ou saem de licença, as vagas não são preenchidas automaticamente e, com isso, o déficit é criado.