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Estudo mostra que vacina contra Ébola reduz em 50% mortalidade
Pesquisa foi realizada pelo centro de epidemiologia e investigação médica dos Médicos Sem Fronteiras
Os Médicos Sem Fronteiras (MSF) anunciaram nesta quinta-feira (8), que a vacina contra o Ébola reduz o risco de infecções e diminui pela metade a taxa de mortalidade das pessoas infetadas. O estudo foi realizado pelo Epicentre, centro de epidemiologia e investigação médica dos Médicos Sem Fronteiras (MSF) e publicado na prestigiada revista científica britânica The Lancet Infectious Diseases.
A pesquisa também foi feita em colaboração com o Institut National de Recherche Biomédicale (INRB) e o Ministério da Saúde da República Democrática do Congo (RDCongo) e analisou os dados recolhidos durante a 10ª epidemia de Ébola na RDCongo, de acordo com o comunicado de imprensa dos MSF.
“O estudo mostra, pela primeira vez, que a vacinação pode reduzir para metade a mortalidade entre as pessoas infetadas com Ébola. A investigação revelou que o risco de morte era de 56% para os doentes não vacinados, mas ficou reduzido a 25% para os que tinham recebido a vacina. Esta redução da mortalidade se aplicou a todos os doentes, independentemente da idade ou do gênero, desde que vacinados", diz a nota.
O estudo se centrou nos benefícios da vacina rVSV?G-ZEBOV-GP, a única contra o Ébola recomendada para utilização durante uma epidemia e que foi concebida para ser administrada numa única dose. "A vacinação após a exposição a uma pessoa infetada com Ébola, mesmo quando administrada pouco antes do início dos sintomas, continua a conferir uma proteção significativa contra a morte", explicou Rebecca Coulborn, epidemiologista do Epicentre.
Este estudo forneceu mais provas da importância da vacinação contra o Ébola durante as epidemias que ocorrem regularmente na África, que são frequentemente causadas pela espécie Ébola vírus do Zaire, que está associada a uma elevada mortalidade.
Segundo os MSF, desde 2019 duas vacinas, a rVSV?G-ZEBOV-GP e a Ad26.ZEBOV/MVA-BN-Filo, obtiveram a pré-qualificação da Organização Mundial de Saúde (OMS) contra esta estirpe.