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Ômicron gera alerta sobre sintomas 'persistentes' e necessidade de vacinação infantil
Apesar de sofrerem com quadros similares aos dos adultos, crianças infectadas pela variante ômicron sofrem com sintomas diferentes. Segundo o Instituto Butantan, parte das crianças infectadas pela nova cepa apresentava manchas e irritações cutâneas na pele, além dos sintomas já atrelados à ômicron como fadiga, dores de cabeça e perda de apetite. Já aqui no Brasil, crianças foram internadas com quadros agudos de diarreia, desidratação e pneumonia, principalmente as menores de dois anos.
A gerente administrativa Eliete Lira teve Covid três vezes antes do filho de 10 anos, Augusto, testar positivo em janeiro. Ele contraiu a ômicron, e mesmo após passar pela doença ainda apresenta sintomas nas vias aéreas. "Na época que ele estava se recuperando, já com o agendamento para a vacina, ele teve uma recaída. Foi quando ele começou com o que a gente chama de 'síndrome pós-Covid'. Ele teve 10 dias de sinusite. Depois desse período, mesmo tomando antibióticos, teve uma semana de tosse seca, depois teve febre e sintomas cardiológicos", conta ela.
A otorrinolaringologista do Hospital de Olhos de Pernambuco (HOPE), dra Kátia Virginia, explica que a ômicron apresenta com mais frequência sintomas de vias aéreas superiores, como coriza, espirros e dores de garganta. "Essas variantes que antecederam a Ômicron tiveram outro cenário, onde a vacinação estava no início e mesmo em países que saíram na frente nas vacinas. Diferente da Delta e outras anteriores onde tínhamos muitas alterações de olfato e paladar e sintomas pulmonares, a ômicron se assemelha mais a um resfriado comum e a gripe, por isso o otorrinolaringologista deve estar atento", diz.
A responsável técnica do HOPE Vacinas, dra. Analíria Pimentel, alerta para a importância da vacinação no público infantil. "(A importância é) Impedir a transmissibilidade em crianças com formas assintomáticas da Covid", explica. Ela também ressalta a necessidade de imunização mesmo para quem já teve a doença. "Quem já pegou deve tomar vacina após um mês", orienta.
No Brasil, mais de 1,5 mil crianças de 0 a 11 anos já morreram de Covid-19 desde o início da pandemia. Segundo o Ministério da Saúde, a Covid-19 está entre as dez principais causas de morte de crianças entre cinco e 11 anos no Brasil – atrás apenas dos acidentes de trânsito.
Desde o início de 2022, também houve aumentos expressivos nos internamentos de crianças em decorrência da doença. Uma das razões é a baixa cobertura vacinal para o público. Enquanto cerca de 70% da população adulta brasileira já contava com ao menos duas doses da vacina contra Covid, a imunização para crianças de 5 a 11 anos só começou por volta do dia 17 de janeiro.
Dados Gerais sobre Covid-19 em crianças
- Mais de 1,5 mil crianças de 0 a 11 anos morreram de Covid-19 desde o início da pandemia
- Doença é um das dez principais causas de morte de crianças entre cinco e 11 anos no Brasil
- Crianças apresentam sintomas diferentes dos adultos, como irritações na pele e diarreia