Série "Operação Condor" vai abordar mortes de JK e João Goulart

A investigação do acidente fatal de Kubitschek pode ser reaberta pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP). Em sua terceira reunião ordinária, no Recife, o colegiado acatou o pedido feito pelo ex-presidente da Comissão Municipal da Verdade de São Paulo, Gilberto Natalini.

Apesar de acatado, a solicitação ainda precisa ser aprovada para que a investigação seja reaberta. A CEMDP pode chegar a uma definição em maio deste ano, quando acontece o próximo encontro do colegiado. A relatoria é de Maria Cecília de Oliveira Adão.

As gravações nos países da América Latina começam em março.

 

O diretor Cleonildo Cruz reforçou depoimento do fundador do Movimento de Justiça e Direitos Humanos, Jair Krischke, ao documentário “Operação Condor, Verdade Inconclusa”, também de Cruz, que servirá de base para a série ficcional.

 

“De nossa parte, eu não encerro, pelo contrário, acho que é um novo desafio, até chegar à conclusão de que morreu de morte natural. É preciso que se compreenda, é preciso que se comprove. O caso de Jango não termina com este resultado da exumação. O relatório diz que é inconclusivo, tudo bem. Agora, ao longo desses anos, temos dito que, como brasileiros, temos a obrigação de investigar exaustivamente este caso. Até porque, se for o caso, baseados em provas realmente consistentes, entenderemos que foi morte natural. Mas, enquanto isso não for feito, a morte de Jango é altamente suspeita”, disse Krischke ao documentário “Operação Condor, Verdade Inconclusa”.

Além das mortes dos ex-presidentes brasileiros, o seriado também vai retratar o assassinato do poeta chileno e prêmio Nobel de Literatura, Pablo Neruda. Ele foi envenenado 12 dias após o golpe militar de 1973, liderado por Pinochet.

A série será composta por sete episódios, cada um focado em crimes cometidos pelas ditaduras na América Latina, com os seguintes temas:

Cronograma das filmagens nos países:

A produção é apoiada por dezenas de entidades nacionais e internacionais, como a Comissão de Anistia do Brasil, o Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras, Instituto Zuzu Angel, o Parlamento do Mercosul, a Corte Interamericana de Direitos Humanos; o Instituto de Políticas Públicas em Direitos Humanos do Mercosul, o Museu de Memória e Direitos Humanos do governo do Chile, entre outros.