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Tarcisio de Freitas: Bolsonaro é mais sagaz do que se imagina
O ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas (PL), pré-candidato ao governo de São Paulo, explicou que, diferentemente do que pensam, o presidente Jair Bolsonaro (PL) é “sagaz”. A afirmação foi feita nesta sexta-feira (1º) diante de empresários na capital paulista.
Para exemplificar a fala, Freitas usou como exemplo a inauguração da ponte Abanuã, que conecta o Acre ao sistema rodoviário brasileiro e permite o escoamento das produções nas regiões Norte e Centro-Oeste, principalmente soja. O ex-ministro a quem Bolsonaro chama de “Capita” — por ter sido capitão do Exército — destacou a falta de capacete na travessia da ponte (que foi feita mais de uma vez). “'Capita, qual vai ser a notícia?' Ao que Tarcísio respondeu: '(A notícia será) Que estamos sem capacete'. Bolsonaro concordou: 'Exatamente, vão falar que atravessamos a ponte sem capacete, mas vão falar da ponte. Da inauguração dessa obra que levou décadas e, do contrário, ninguém ia falar'”, relatou o ministro, em entrevista ao portal Money Report.
“Bolsonaro me perguntou: 'Essa foto nossa atravessando a ponte, você acha que ganha quantas curtidas?'" Tarcísio contou que não tinha ideia, mas que Bolsonaro respondeu. “Nas primeiras horas, três milhões de curtidas nas minhas redes sociais. Sabe o que é isso, capita? Publicidade de graça”, disse o presidente.
De acordo com o especialista em marketing político, Marcelo Vitorino, em certa medida, o presidente Bolsonaro acerta ao colocar a “tia do zap” como cabo eleitoral, mas faz ressalvas. “Talvez esse seja o motivo de sua baixa popularidade hoje, dado que essa mesma pessoa é quem vai no supermercado e identifica o aumento dos preços, que abastece o carro, que compra o gás de cozinha”, opinou.
Questionado pelo Correio se o presidente usa das ferramentas do marketing de guerrilha, Vitorino respondeu: “O entendimento do marketing de guerrilha é correto, o que talvez esteja faltando é o entendimento de que chavões e ideologia não resolvem o problema da maioria dos guerrilheiros, que é a queda do poder aquisitivo e o endividamento”, afirmou.