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Partidos tentam barrar Copa América, mas Bolsonaro garante torneio
A mudança de sede da Copa América para o Brasil ainda continua dando o que falar na política do país. Partidos como PT e PSB entraram na Justiça para tentar impedir a realização do torneio, que também virou tema de debate na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, no Senado. Por outro lado, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) garantiu nesta terça-feira (1) que a competição será jogada em solo brasileiro.
O diretório nacional do PT entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para que a Copa América não seja realizada no Brasil.“Pedimos ao STF a suspensão da realização dos jogos para ouvir o Bolsonaro, o ministro da saúde, os governadores e prefeitos. O presidente deveria ter conversado com os governadores antes”, comentou a presidenta da legenda, Gleisi Hoffmann.
Em Pernambuco, a deputada federal Marília Arraes (PT-PE) entrou com uma ação similar contra o presidente pelo apoio à competição no país. Arraes recorreu ao Ministério Público Federal (MPF). “É inadmissível e desrespeitoso o Governo Federal apoiar a realização do torneio no país”, comentou.
O PSB é outro partido que tenta impedir que a competição aconteça no Brasil. Os deputados federais Danilo Cabral (PE) e Júlio Delgado (MG), ingressaram com uma ação popular na Justiça Federal, ainda na noite desta segunda-feira (31), pedindo que a Copa América não seja realizada.
Eles pedem que sejam anulados os atos administrativos relacionados à competição feitos pelo governo federal em razão da pandemia no país. “É no mínimo, imoral a realização de um evento de tamanha envergadura, com vultuosos gastos, uso de recursos e patrimônio públicos para colocar em risco a população brasileira”, diz um trecho da ação. “É um absurdo o Brasil sediar a Copa América neste momento. Temos quase 500 mil mortos pela Covid-19 e o governo federal aceitar envidar esforços para um evento que poderia, por exemplo, ser adiado”, afirma Danilo Cabral.
Durante evento no Palácio do Planalto na manhã desta terça, Bolsonaro reforçou que a decisão já está tomada e afirmou que não vai se opor ao convite da Conmebol. "Considero, da parte do governo federal, como já tratei com o ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, assunto encerrado. Todos os meus ministros são favoráveis à Copa América no Brasil com os mesmos protocolos das Eliminatórias (da Copa do Mundo) e da Libertadores. Caso encerrado", frisou o presidente.
"No que depender do governo federal, será realizada a Copa América no Brasil. Desde o começo estou dizendo por ocasião da pandemia: lamento as mortes, mas nós temos que viver", acrescentou.
No Senado, a competição voltou a ser citada na CPI da Pandemia. O senador Humberto Costa (PT-PE) solicitou que a possibilidade de realização do torneio no Brasil seja objeto de investigação da CPI. “Vamos debater a sandice dessa proposta de Copa América no Brasil na CPI. É inaceitável imaginar a Seleção, que tantas alegrias já nos deu, jogando sobre milhares de cadáveres. Nosso futebol não pode se associar aos que riem dessa tragédia. Ainda dá tempo de se rever esse absurdo”, disse o petista.
Outros integrantes da comissão, como Renan Calheiros (MDB-AL) e Omar Aziz (PSD-AM), também criticaram o torneio. Na segunda, o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), protocolou requerimento para que o presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Rogério Cabloco, seja chamado para prestar esclarecimentos na CPI.