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Defesa de Lula não usará mensagens hackeadas em julgamento de suspeição de Moro
A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não pretende usar as mensagens trocadas pelo ex-juiz federal Sergio Moro com procuradores da Operação Lava-Jato de Curitiba, no âmbito do habeas corpus (HC) que julga a suspeição de Moro, no processo sobre o tríplex no Guarujá (SP) atribuído ao ex-presidente. Para o advogado Cristiano Zanin, a parcialidade de Moro já está provada e fundamentada no HC.
O caso deve ser levado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes para análise da Segunda Turma ainda neste semestre. Na última terça-feira (9), a turma validou o acesso à defesa de Lula às mensagens entre Moro e os procuradores que foram apreendidas na operação Spoofing, da Polícia Federal. A defesa do ex-presidente já tem acesso às mensagens, concedida pelo ministro Ricardo Lewandowski.
O uso dos arquivos no processo foi autorizado por quatro dos cinco ministros da Turma. A medida cria mecanismos que podem auxiliar a defesa do ex-presidente a obter a anulação de processos contra o ex-presidente. Em julgamento, o ministro Gilmar Mendes frisou a importância de garantir o acesso das mensagens à defesa do réu.
Hackers
As referidas mensagens foram obtidas por hackers. Parte delas foi divulgada pelo site The Intercept, em série de reportagens chamada “Vaza Jato”. Dentre as provas que a defesa vê para embasar o pedido de suspeição de Moro está a entrada do ex-juiz no governo do presidente Jair Bolsonaro, como ministro da Justiça e Segurança Pública, cargo que ocupou até abril do ano passado.