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Bolsonaro vai ouvir líderes do Congresso sobre Renda Brasil
O presidente Jair Bolsonaro vai consultar os líderes partidários sobre os valores e as fontes de recursos do Renda Brasil na próxima terça-feira (1º). O encontro foi convocado na tarde desta sexta-feira (28), logo depois de o presidente se reunir com a cúpula do governo e o ministro da Economia, Paulo Guedes, para tratar do assunto.
A intenção de Bolsonaro é apresentar a proposta estudada para o Renda Brasil para 17 líderes da base do governo na Câmara dos Deputados, em reunião no Palácio do Alvorada, na manhã de terça-feira. Líderes do Senado, que ultimamente têm mostrado desconforto com o trato político do ministro Paulo Guedes, também devem ser convidados.
Mas, por enquanto, os convites estão sendo disparados pelo líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), que foi designado líder do governo recentemente, em meio à aproximação de Bolsonaro com o Centrão.
Barros não está em Brasília, mas recebeu a missão de Bolsonaro nesta sexta, depois que o presidente ouviu as novas propostas de Guedes para o financiamento do Renda Brasil, bem como as considerações dos ministros palacianos e do ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, sobre o assunto.
A reunião desta sexta-feira foi convocada depois que Bolsonaro rejeitou publicamente a proposta de Guedes de bancar o Renda Brasil com os recursos que hoje garantem o pagamento do abono salarial. O presidente disse que a proposta estava suspensa porque não podia "tirar dos pobres para dar aos paupérrimos". Por isso, cobrou do ministro da Economia outras opções de financiamento para o programa que deve substituir o Bolsa Família, instituindo-se como a marca do governo Bolsonaro na área social, em 2021.
Entre as opções estudadas nos últimos dias pela equipe econômica para desatar esse impasse, estão o fim das deduções de saúde e educação do Imposto de Renda Pessoa Física; a desindexação de uma série de despesas do Orçamento; e uma revisão do abono salarial, que garanta o benefício apenas para os trabalhadores de baixa renda. Bolsonaro, contudo, ainda não se manifestou publicamente sobre essas opções.
O presidente também não anunciou os valores que devem ser pagos pelo auxílio emergencial nos próximos meses. O intuito é pagar o auxílio até pelo menos o fim do ano, mas com um valor inferior aos atuais R$ 600 e superior aos R$ 200 defendidos inicialmente pela equipe econômica. O objetivo é fazer uma transição do auxílio emergencial para o Renda Brasil.
Se depender de Bolsonaro, o Renda Brasil vai pagar R$ 300 para os 19 milhões de brasileiros que recebem o Bolsa Família e para mais cerca de 8 milhões de invisíveis encontrados pelo auxílio emergencial. Inicialmente, contudo, Guedes defendia um valor de R$ 247. Por isso, o governo está tentando fazer esse valor caber no Orçamento de 2021 e deve ouvir os líderes sobre o assunto, pois as medidas que podem liberar essas recursos necessitam de aprovação do Congresso.