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Mulher é baleada durante protesto contra prisão de Lula na Paraíba

A agricultora Lindinalva Pereira de Lima Filha que participava de um protesto foi baleada na perna

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Foto: MSTTwitter

Ao menos oito estados tiveram rodovias bloqueadas na manhã desta sexta-feira (6) pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O ato é em protesto contra a determinação do juiz Sérgio Moro de prender o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O MST diz já ter interditado estradas no Pará, Paraíba, Rio de Janeiro, Paraná, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Sergipe.

 

Na Paraíba, a agricultora Lindinalva Pereira de Lima Filha que participava de um protesto foi baleada na perna. O atirador estava a bordo de um carro em alta velocidade que furou o bloqueio da BR-101, feito pelos manifestantes, na altura do município de Mata Redonda, a 40 quilômetros da capital, João Pessoa.

 

De acordo com a diretora nacional do MST no estado, Dilei Aparecida, o homem deixou o local e não foi identificado. Segundo ela, a agricultura foi levada para o Hospital de Trauma, em João Pessoa, onde foi submetida a exames médicos preliminares, necessários para a retirada da bala alojada no corpo. "Ela está bem, dialogando, mas não pode sair do hospital", disse a diretora.

 

A reportagem não conseguiu contato com a Secretaria Estadual de Segurança Pública.   

 

Memória

 

Lula foi condenado a 12 anos e um mês de prisão na ação penal do triplex do Guarujá (SP), na Operação Lava Jato. Nesta quinta-feira(5), o juiz Sérgio Moro determinou que o ex-presidente se apresente nesta sexta-feira (6) à Polícia Federal em Curitiba (PR), onde deverá dar início ao cumprimento da pena.

 

A medida foi tomada após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que negou no dia 4 um habeas corpus protocolado pela defesa do ex-presidente para mudar o entendimento firmado pelo STF em 2016, quando foi autorizada a prisão após o fim dos recursos.

 

Na decisão, Moro disse que, embora caiba mais um recurso contra a condenação de Lula, os chamados embargos dos embargos, a medida não poderá rever os 12 anos e um mês de pena.

 

"Hipotéticos embargos de declaração de embargos de declaração constituem apenas uma patologia protelatória e que deveria ser eliminada do mundo jurídico. De qualquer modo, embargos de declaração não alteram julgados, com o que as condenações não são passíveis de alteração na segunda instância", disse Moro.