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Carlos Augusto Lira: Sou mau poeta ou nem tanto assim...
Agora poesia com objeto tem uma coisa engraçada: autoria coletiva. O autor 'são' muitos. Não fiz sozinho, e, portanto, faço questão de mencionar e de agradecer aos coautores
Por Carlos Augusto Lira
Arquiteto
O meu livro se chama a Lírica de Carlos Augusto Lira mas se eu lhe fizer um sonetinho, você deixa de falar comigo para o resto da sua vida. Não sirvo nem para uma modesta trova. Da minha lapiseira sai casa, sai apartamento, sai cozinha, sai home theater (né?) bonitos. Sou arquiteto. Agora, se você me pedir para fazer poesia com objetos, aí eu me garanto. Nisso eu sou bom meu amigo. Nisso eu sou poeta. Minha Coleção de Arte é o meu Cancioneiro.
Meu gênero? Depende da inspiração. Faço até épico. Minha “Procissão dos Santos Tristes” é um épico. Meus santos são formidáveis guerreiros. Gregos ou troianos. Já a “Canja dos Bonecos Articulados” é uma cena doméstica que eu imagino poder ter sido escrita por aquele monumento de óculos que foi o Fernando Pessoa.
Agora poesia com objeto tem uma coisa engraçada: autoria coletiva. O autor “são” muitos. Não fiz sozinho, e, portanto, faço questão de mencionar e de agradecer aos coautores: meus filhos Joana e Pedro Lira a quem o livro é naturalmente dedicado, Tito Fernandes, meus irmãos queridos, meus amigos pela vida inteira e Maria Lecticia Cavalcanti (à essa altura não preciso bajular ninguém, mas, essa pessoa, se eu pudesse sairia cedinho todo o dia para ir arrumar e por flor na cabeceira da cama dela), Gisela Abad cujo talento/design fez o meu livro, e Ciema Silva de Mello, minha vizinha com quem eu compartilhei, com alegria e emoção, os meus poemas-objeto cuja poesia verde e amarela – brasileira – esperou quarenta e cinco anos para ser escrita.
Ouviram do Ipiranga às margens plácidas... Pernambuco, imortal, imortal, imortal!