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José Aristophanes Pereira critica os maus educadores da nossa política
Vivemos, no Brasil, 'nossa pátria educadora', um teatro sombrio, num palco desarticulado, onde interagem forças antagônicas
Por José Aristophanes Pereira
Generalista
É intuitiva a percepção de que o “exemplo” é um fortíssimo instrumento de transmissão e fixação da mensagem educadora, nos mais diversificados ambientes e situações. É frequente, ouvirmos expressões, que nos recordam esse entendimento, tais como: “os defeitos de casa vão à praça”, “tal pai, tal filho”, ou a costumeira advertência, “não dê o mau exemplo!”. Essa relação de causa e efeito é válida, tanto para a educação de indivíduos, como para a educação de um povo.
Um ensinamento óbvio, que retiramos dessa força e eficácia do “exemplo”, como instrumento educador, é a responsabilidade que cabe ser observada, com rigor, nos diversos segmentos da sociedade, pelos que devem, implícita e explicitamente, dar “o bom exemplo”. Na família, os pais aos filhos; na escola, os professores aos alunos; no país, os governantes ao povo...
Desafortunados os pupilos que, no âmbito dessas relações educadoras, não têm a oportunidade de receber de seus mestres os bons exemplos, por condutas e atitudes, inerentes às suas respectivas posições e obrigações, que lhes competiriam cultivar e transmitir.
Sob esse aspecto, vivemos, no Brasil, “nossa pátria educadora”, um teatro sombrio, num palco desarticulado, onde interagem forças antagônicas de uma minoria cavilosa e obscurantista e de abnegados justiceiros, que buscam punir e derrotar os malfeitores. Na plateia, uma assistência penitente e indignada, ansiosa pela vitória exemplar, do bem sobre o mal.
Sob esse aspecto, vivemos, no Brasil, “nossa pátria educadora”, um teatro sombrio, num palco desarticulado, onde interagem forças antagônicas de uma minoria cavilosa e obscurantista e de abnegados justiceiros, que buscam punir e derrotar os malfeitores. Na plateia, uma assistência penitente e indignada, ansiosa pela vitória exemplar, do bem sobre o mal.
Creio que, na cartilha dos “exemplos (des)educadores”, mentir é a mais perniciosa forma de desvio de conduta, e a mentira é a mais intensa propagadora de malefícios irreparáveis. Reconheço que, no plano filosófico, há muito que se elucubrar sobre a natureza da mentira, que chegou a merecer, de Sto. Agostinho, dois livros, para concluir que “é uma questão obscura”. Entretanto, de maneira pragmática, ocupo-me, aqui, da “mentira elaborada”, premeditada, que rebate nas pessoas e instituições, confunde-as e se propaga, irresponsavelmente, para alcançar objetivos pré-determinados, sob o princípio de que os fins justificam os meios.
Nosso país vive um momento histórico, em que estamos sendo chamados a refletir e optar por um, dentre dois caminhos: aceitar, por motivações oportunistas, ideológicas e partidárias, a soberania da mentira, que deseducará o seu povo e desmoralizará o seu caráter nacional, ou não acatar a leniência, punindo, exemplarmente, os mentirosos, os que não sabiam, os que tergiversam, com a progressão de mentiras, debochando da inteligência dos indignados.
Para não ficar no plano especulativo e de faltas inominadas, vou direto caracterizar dois casos concretos de maus educadores, que merecem exemplar punição: Um, a presidenta guerrilheira, Dilma Roussef, que enganou os eleitores, escondendo erros econômicos danosos, prometendo projetos inviáveis e utilizando contabilidades ilegais. Deveria, numa penitência de grandeza, devolver o mandato de mentira, ou submeter-se ao impedimento constitucional que lhe cabe sofrer.
Outro, o presidente mascate, Eduardo Cunha, escandalosamente envolvido em ganhos fantasiosos, viciadas gestões de contas, no exterior, e debochada manipulação de prerrogativas do cargo. Deveria desentupir o Legislativo, abrindo mão da blindagem amolecada e de conveniência, mudando-se de vez para os paraísos que guardam seus suados ganhos, com feijão, arroz e embutidos.
Outro, o presidente mascate, Eduardo Cunha, escandalosamente envolvido em ganhos fantasiosos, viciadas gestões de contas, no exterior, e debochada manipulação de prerrogativas do cargo. Deveria desentupir o Legislativo, abrindo mão da blindagem amolecada e de conveniência, mudando-se de vez para os paraísos que guardam seus suados ganhos, com feijão, arroz e embutidos.
Isso não é tudo. Mas, somado a outras pacientes e criteriosas lições, já conquistadas, seria um belo exemplo educador, para outros tantos “professores de malfeitos”, nesse fabuloso país que, sequer, concluiu o Enem.