Depois do anuncio feito hoje pelo gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, de aprovar planos para tomar e expandir a ofensiva na Faixa de Gaza, começaram os protestos contra o governo do país em frente ao parlamento. Netanyahu confirmou o plano de expansão da ofensiva incluirá ataques poderosos contra o Hamas, a conquista da Faixa de Gaza e a posse dos territórios, deslocando a população para sul para sua proteção.
A polícia dispersou a força centenas de manifestantes, alegando que bloquearam a estrada que leva ao escritório do primeiro-ministro. Os manifestantes exigem um acordo com o Hamas para garantir a libertação dos reféns ainda detidos em Gaza.
O Fórum das Famílias, a principal associação de familiares dos reféns, também acusou o governo a de pretender sacrificar os sequestrados, após a aprovação do plano. “Este plano merece o nome de plano Smotrich-Netanyahu porque sacrifica reféns. Esta manhã, o governo admitiu que prefere tomar o território em vez de resgatar os reféns, contrariando os desejos de mais de 70% da população, diz o comunicado do Fórum, se referindo à influência do ministro das Finanças, da extrema-direita, Bezalel Smotrich, no governo de Netanyahu.
O gabinete de Israel aprovou planos para capturar toda a Faixa de Gaza e permanecer no território palestino por um período de tempo não especificado, uma medida que, se implementada, ampliaria imensamente as operações das forças israelenses no enclave e provavelmente deve suscitar a oposição internacional.
"Não há razão para continuar com esta guerra. O que fizemos durante um ano e meio, no último ano e meio, e não conseguimos, não o vamos conseguir fazer agora. O governo israelense só querer manter a Faixa de Gaza e fazer lá um novo assentamento. Eles vão ficar lá, os soldados serão mortos e os reféns voltarão em sacos pretos. É isso que vai acontecer", disse Miri Wolf, uma das manifestantes.
O novo plano, que, segundo as autoridades, se destina a ajudar Israel a atingir os seus objetivos de guerra, ou seja, derrotar o Hamas e libertar os reféns prevê também a deslocação de centenas de milhares de palestinos para o sul de Gaza. O que representa uma deslocação forçada e um profundo agravamento da crise humanitária enfrentada pela população civil da região.
Desde a violação do cessar-fogo por Tel Aviv, em meados de março, as forças de Israel já lançaram inúmeros novos ataques no território, que mataram centenas de pessoas. As forças israelenses também já ocuparam várias zonas do território e controlam atualmente cerca de 50% do enclave.
Além disso, antes mesmo do fim da trégua, Israel suspendeu toda a entrada de ajuda humanitária em Gaza, incluindo alimentos, medicamentos, combustível e água, desencadeando o que se considerada a pior crise humanitária em quase 19 meses de guerra.
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