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Índia lança mísseis contra Paquistão e cortará água de rios que irrigam o país vizinho

O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi afirmou que cortará a água dos rios que correm do seu território para o Paquistão

O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi

A Índia lançou ataques contra três zonas do Paquistão, avançou a emissora estatal paquistanesa, enquanto o governo indiano confirmou ter atingido com mísseis locais terroristas no país vizinho. Os mísseis atingiram locais na Caxemira administrada pelo Paquistão e na província de Punjab, no leste do país.

 

"Retaliaremos no momento que escolhermos", informou o Exército do Paquistão após os ataques indianos. Segundo o ministro da Defesa paquistanês, três pessoas, incluindo uma criança, morreram hoje na sequência dos ataques indianos contra o Paquistão, denunciando uma ofensiva contra "alvos civis", enquanto Nova Deli afirma ter atacado apenas localizações terroristas.

 

O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi também afirmou hoje que cortará a água dos rios que correm do seu território para o Paquistão, em retaliação pelo atentado que aconteceu na Caxemira indiana. "A água pertencente à Índia costumava fluir para o exterior, mas agora será cortada para servir os interesses da Índia e será utilizada para o país", anunciou Modi, que já havia anteriormente ameaçado fazer o corte.

 

A Índia suspendeu a sua participação num tratado de compartilhamento de água com o Paquistão, assinado em 1960, em retaliação pelo ataque de milícias que matou 26 turistas a tiro, no dia 22 de abril, na cidade turística de Pahalgam, na Caxemira indiana.. A polícia indiana divulgou o retrato de três suspeitos, dois dos quais paquistaneses. Ambos são acusados de pertencerem a um grupo próximo do movimento fundamentalista islâmica Lashkar-e-Taiba, com base no Paquistão, e são suspeitos de atentados em Bombaim, que ocorreram em 2008.

 

Apesar de o atentado não ter sido reivindicado, o governo de Nova Deli acusa desde então o Paquistão da autoria, que já negou categoricamente.

 

Enquanto isso, o Presidente dos EUA, Donald Trump, declarou que espera um fim muito rápido dos ataques entre Índia e Paquistão, duas potências nucleares do sudeste asiático. "Eles lutam há muitas décadas... séculos, na verdade, se pensarmos bem. Só espero que isto pare muito rapidamente", disse ao ser notificado agora a pouco sobre a agressão.

 

A crise entre os dois países escalou desde este atentado, o mais mortal contra civis das últimas décadas na zona indiana nessa região de maioria muçulmana.

 

Há mais de uma semana também são registrados fogo cruzado de artilharia ligeira entre soldados indianos e paquistaneses durante a noite, ao longo da fronteira que separa os dois países.

 

Nesta terça-feira (6) o governo de Islamabad denunciou que a Índia alterou o caudal do rio Chenab, um dos três rios sob o controle do Paquistão, segundo o tratado firmado em 1960.

 

"Notamos alterações no Chenab que nada têm de natural. O caudal do rio, que é normal, foi consideravelmente reduzido de um dia para o outro", declarou o ministro da Irrigação do Punjab, Kazim Pirzada.

 

Após a decisão indiana de suspender unilateralmente o tratado, o Paquistão advertiu de que qualquer tentativa de perturbar o fluxo destes rios seria considerada um ato de guerra.

 

Situada na fronteira com a Índia, a província do Punjab, que abriga quase metade dos 240 milhões de habitantes do Paquistão, é o coração agrícola do país. O Tratado do Indo concede a Nova Deli o direito de usar os rios partilhados para as suas barragens ou culturas, mas a proíbe de desviar cursos de água ou alterar o volume de água a jusante.

 

A crise diplomática entre as duas partes atingiu o pior patamar em muitos anos, com o risco de força militar. O conflito na Caxemira é uma disputa territorial entre a Índia, o Paquistão e a China, com constante tensão social e política, que envolve questões e diferenças étnicas e a divisão de fronteiras nacionais.

Leia a notícia no Diario de Pernambuco