Na Caxemira controlada pela Índia, as forças de segurança estão empenhadas numa operação para encontrar os autores e cúmplices do atentado de 22 de abril, que causou a morte de 26 turistas. O governo indiano responsabilizou o Paquistão, no ataque a tiros por milícias locais. A polícia indiana divulgou o retrato de três suspeitos, dois dos quais paquistaneses.
Os dois homens são acusados de pertencerem a um grupo próximo do movimento fundamentalista islâmica Lashkar-e-Taiba, com base no Paquistão, e já suspeito dos atentados que mataram 166 pessoas em Bombaim em novembro de 2008.
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, autorizou uma resposta militar ao ataque e o governo paquistanês disse ter informações credíveis sobre um ataque indiano iminente. A Índia declarou, além disso, na quarta-feira o encerramento do espaço aéreo aos aviões paquistaneses, em resposta a uma decisão semelhante tomada pelo Paquistão em 24 de abril.
Islamabad nega qualquer envolvimento no atentado. Mas, enquanto isso, as autoridades da Caxemira sob controle do Paquistão pediu nesta sexta-feira (2) aos residentes que preparem reserva com alimentos suficientes para dois meses, após uma nova troca de tiros entre soldados, na fronteira com a Índia.
O primeiro-ministro da Caxemira paquistanesa, Chaudhry Anwar-ul-Haq disse no parlamento local que foram dadas instruções para que os residentes se abasteçam de alimentos para dois meses nos 13 distritos da região. Chaudhry acrescentou que liberou ainda um fundo de emergência no valor de três milhões de euros, para garantir o fornecimento de alimentos, medicamentos e outras necessidades básicas às aldeias ao longo da fronteira.
“Foi mobilizado equipamento de empresas estatais e privadas para manter as estradas ao longo da linha de controle, a fronteira ‘de fato’ que separa as zonas indiana e paquistanesa na Caxemira”, afirmou Chaudhry.
Por sua vez, os militares indianos também anunciaram que voltaram a trocar tiros, pela oitava noite consecutiva, com as forças paquistanesas ao longo dos 770 quilômetros da linha de controle.
Na quinta-feira, o diretor do Departamento de Assuntos Religiosos da Caxemira paquistanesa, Hafiz Nazeer Ahmed, comunicou que fechou 1.100 escolas corânicas durante 10 dias, enviando milhares de crianças para casa. Nas seis mil escolas públicas que ainda estão abertas, as autoridades locais iniciaram uma ação de formação em primeiros socorros.
O chefe da diplomacia norte-americana, Marco Rubio, apelou à calma as duas potências nucleares, que travaram várias guerras desde a divisão em 1947. Rubio pediu ao governo do Paquistão que condene o atentado na região indiana de Caxemira e coopere também com a investigação do ataque. Segundo a porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Tammy Bruce, Rubio conversou com o primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, e com o ministro das Relações Exteriores da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, a quem pediu moderação a Nova Deli.
Islamabad manifestou estar disponível para participar de um “inquérito neutro”.
Desde o ataque, a Índia já tomou uma série de medidas diplomáticas punitivas contra o Paquistão. Entre elas, a suspensão de vistos de paquistaneses, o fechamento do único posto fronteiriço terrestre funcional entre os dois países e ameaçou interromper um tratado de décadas de compartilhamento de água.
Nova Deli classificou o atentado como o pior contra civis em anos e agravaram as tensas relações entre os dois lados. O Paquistão reagiu à responsabilidade pelo ataque e retaliou seu vizinho e rival histórico, suspendendo os vistos dos indianos.
A crise diplomática entre as duas partes atingiu o pior patamar em muitos anos, com o risco de força militar. O conflito na Caxemira é uma disputa territorial entre a Índia, o Paquistão e a China, com constante tensão social e política, que envolve questões e diferenças étnicas e a divisão de fronteiras nacionais.
Na Caxemira controlada pela Índia, as forças de segurança têm estado empenhadas numa operação para encontrar os autores e cúmplices do atentado de 22 de abril.
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