Nesta segunda-feira (28), o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), o principal órgão judicial da Organização das Nações Unidas (ONU) e encarregado de resolver litígios entre países, deu inicio as audições sobre a obrigação de Israel de facilitar e permitir a ajuda humanitária à população palestina na Faixa de Gaza e na Cisjordânia ocupada.
As Nações Unidas pediram aos juízes da Corte Internacional de Justiça, na sede em Haia, na Holanda, que clarificassem as obrigações legais de Israel para com a ONU e as suas agências, organizações internacionais ou países terceiros, no sentido de garantir e facilitar o fornecimento sem entraves de fornecimentos urgentes e essenciais à sobrevivência da população civil palestina.
A ONU afirma que Israel é obrigado, ao abrigo do direito internacional, a garantir o fornecimento de bens suficientes aos palestinos que vivem em Gaza. Israel afirma que respeita o direito internacional, embora admita o bloqueio de entrada de ajuda no enclave.
O embaixador da Palestina nos Países Baixos, Ammar Hijazi, declarou no TIJ, em nome do povo perseguido que luta pela sobrevivência em Gaza, que o governo israelense violar os princípios fundamentais do direito internacional, incluindo as suas obrigações ao abrigo da Carta das Nações Unidas e que está transformando a Palestina, em particular Gaza, numa vala comum para os palestinos e para as equipes de resgate.
Hijazi ainda citou o Programa Alimentar Mundial, que refere um aumento de quase 100% do número de palestinos que necessitam de ajuda alimentar na Cisjordânia ocupada e que Israel impede a ONU e outras organizações humanitárias de prestar ajuda vital à população. "A ocupação israelense demoliu campos de refugiados em Jenin e Tulkarm, deslocando à força mais de 40 mil palestinos e anunciou que os deslocados não serão autorizados a regressar. Israel está a destruir os fundamentos da vida na Palestina”, denunciou.
Em contrapartida, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, considerou que as audiências do TIJ fazem parte de uma perseguição sistemática e deslegitimação do seu país.
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