Na data que assinala o Dia Internacional da Felicidade, o Relatório Anual sobre a Felicidade Mundial foi divulgado hoje e considerou pelo oitavo ano consecutivo a Finlândia o país mais feliz do mundo. O relatório é elaborado pela empresa de sondagens Gallup, pela Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas e pelo Wellbeing Research Center da Universidade de Oxford, no Reino Unido.
O ranking dos quatro primeiros lugares do relatório de 2025 continua a ser exclusivamente dos países nórdicos, com Finlândia, Dinamarca, Islândia e Suécia. Os Países Baixos ocupam o quinto lugar e seguidos depois da Costa Rica, Noruega, Israel, Luxemburgo e México.
Já os 10 países menos felizes são: Lesoto, Comores, Iêmen, República Democrática do Congo, Botsuana, Zimbábue, Malaui, Líbano, Serra Leoa e, por último, o Afeganistão.
A noção de felicidade é subjetiva, mas as classificações anuais do Relatório sobre a Felicidade Mundial se baseiam em avaliações subjetivas da vida, compiladas nos últimos três anos por estas instituições. O documento usa dados recolhidos em mais de 140 países de todo o mundo e pela primeira vez incluiu o impacto da benevolência como um critério de avaliação de bem-estar e nos nossos níveis de felicidade. Inúmeros peritos interdisciplinares nos domínios da economia, psicologia e sociologia são depois convocados para analisar os dados e a fazer avaliações.
As variáveis quantificadas pelos autores do relatório incluem o rendimento (PIB per capita), a esperança de vida saudável, o apoio social, a liberdade de escolha de vida, a generosidade e a ausência de corrupção. "A felicidade não tem apenas a ver com riqueza ou crescimento, tem a ver com confiança, ligação e saber que as pessoas nos apóiam. Se queremos comunidades e economias mais fortes, temos de investir no que realmente importa: uns aos outros", afirmou Jon Clifton, Diretor Executivo da Gallup.
Os investigadores afirmam que, para além da saúde e da riqueza, alguns fatores que influenciam a felicidade parecem aparentemente simples: partilhar refeições com outras pessoas, ter alguém com quem contar para obter apoio social e a dimensão do agregado familiar.
Apesar de os autores do relatório salientarem a importância da unidade familiar como um sinal de carinho e partilha, sendo os grandes agregados familiares latino-americanos particularmente destacados, a tendência crescente para a solidão, mais sentida pelos jovens, continua a prevalecer. Em 2023, 19% dos jovens adultos do mundo disseram não ter ninguém com quem contar para obter apoio, um aumento de 39% em relação a 2006.
No entanto, acreditar na bondade dos outros também está muito relacionado à felicidade, de acordo com as últimas descobertas. A título de exemplo, o relatório sugere o fato de as pessoas que acreditarem que os outros estão dispostos a devolver uma carteira perdida é um forte indicador da felicidade geral de uma população. Os países nórdicos estão entre os primeiros lugares no que respeita à devolução esperada e efetiva de carteiras perdidas, de acordo com o estudo.
Segundo Alexandra Peth, diretora-geral de uma associação comercial da bioindústria na Finlândia, a cultura finlandesa dá prioridade à confiança e à ligação. "As pessoas confiam umas nas outras na Finlândia e penso que, a muitos níveis da sociedade, tentamos nos apoiar mutuamente. Por isso, penso que o sistema faz com que se possa confiar nele de alguma forma", indicou Peth.
De um modo geral, os investigadores apontam que os dados globais sobre a percepção e a devolução efetiva de carteiras perdidas mostram que as pessoas são demasiado pessimistas em relação à bondade das suas comunidades em comparação com a realidade, as taxas de devolução de carteiras são cerca de duas vezes superiores às que as pessoas esperam.
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