O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta segunda-feira (17) que vai responsabilizar o Irã por qualquer ataque dos rebeldes huthis iemenitas, apoiados por Teerã, um dia após os insurgentes reivindicarem a autoria de uma "operação militar" contra um porta-aviões americano no Mar Vermelho.
"Cada disparo dos huthis será considerado, de agora em diante, como um disparo das armas e da liderança do IRÃ, e o IRÃ será responsável e sofrerá as consequências", publicou Trump em sua plataforma Truth Social.
Embora os Estados Unidos realizem operações há meses contra alvos huthis, os comentários do republicano foram incomumente diretos contra o Irã, país ao qual também pressiona por negociações sobre seu programa nuclear.
Em carta ao Conselho de Segurança à qual a AFP teve acesso, o embaixador do Irã na ONU, Amir Saeid, descreveu as declarações de Trump como "beligerantes" e afirmou que elas buscam "justificar de forma ilegal os atos de agressão dos Estados Unidos e crimes de guerra contra o Iêmen".
Os primeiros ataques americanos durante o governo Trump contra a capital iemenita, Sanaa, e outras áreas sob controle do movimento pró-Irã, deixaram 53 mortos e 89 feridos neste fim de semana.
Em resposta, os huthis disseram ontem que haviam realizado "uma operação militar (...) contra o porta-aviões americano 'USS Harry Truman'" e outros navios de guerra posicionados no norte do Mar Vermelho. Eles afirmam ter disparado 18 mísseis e um drone.
Os Estados Unidos visaram os huthis por seus repetidos ataques contra navios de carga no Mar Vermelho, que geraram grande tensão nessa rota comercial.
[SAIBAMAIS]
Os huthis alegam que estão agindo em solidariedade com os palestinos da Faixa de Gaza, onde Israel trava uma guerra com o apoio dos Estados Unidos.
"Qualquer novo ataque ou represália por parte dos huthis será respondido com grande força", declarou Trump em sua publicação.
Teerã dita cada "movimento e ação" dos huthis, fornecendo-lhes "armas, dinheiro, equipamentos militares altamente sofisticados e até supostas informações de inteligência", afirmou.
Os huthis não reivindicavam ataques no Mar Vermelho e no Golfo de Aden desde 19 de janeiro, quando entrou em vigor um cessar-fogo em Gaza.
Trump pediu um novo acordo nuclear com o Irã, ao mesmo tempo em que restabeleceu sua política de sanções de "pressão máxima" contra o país.
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