O secretário-geral da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV), Jagan Chapagain, declarou estar de coração partido com as mortes de médicos na Faixa de Gaza que pertenciam ao Crescente Vermelho, braço palestino da organização humanitária.
Os militares israelenses atacaram o que disseram serem "veículos suspeitos", que depois verificou ser um comboio onde seguiam ambulâncias. O exército de Israel só admitiu ter disparado contra as ambulâncias em Gaza no sábado. Primeiramente, o exército de Israel tinha dito à Agência France-Presse (AF) que os corpos de 14 pessoas eram de vários terroristas do Hamas e da Jihad Islâmica. “Após uma investigação inicial, se averiguou que alguns veículos suspeitos eram ambulâncias e veículos de bombeiros”, diz a nota dos militares. No entanto, mesmo assim os militares israelitas condenam o que alegam ser o uso repetido de ambulâncias por organizações terroristas em Gaza.
Já Chapagain destacou que as equipes atacadas tinham emblemas que deveriam tê-los protegido e as suas ambulâncias estavam claramente identificadas. “As equipes médicas mortas pelo exército de Israel iam prestar auxílio a feridos. Eles eram trabalhadores humanitários, e deveriam ter regressado para as suas famílias. Não conseguiram”, diz o comunicado do chefe da FICV.
A Federação, que é a maior rede humanitária do mundo, não poupou críticas e afirmou estar indignada com as mortes de oito médicos do Crescente Vermelho Palestino, mortos em serviço em Gaza. O Crescente Vermelho Palestino também relatou que um dos socorristas continua desaparecido. Os oito corpos das equipes médicas foram encontrados junto dos restos mortais de seis elementos da Defesa Civil de Gaza e um funcionário da ONU.
No anúncio realizado no domingo, a FICV revelou ainda que os corpos dos oito médicos só puderam ser recuperados após sete dias de silêncio e de o governo de Tel Aviv ter negado o acesso do Crescente Vermelho à zona de Rafah onde as ambulâncias tinham sido vistas pela última vez. Segundo a Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, este foi o pior ataque contra as equipe humanitárias, em todo mundo, desde 2017.
“Em vez de outro apelo a todas as partes para proteger e respeitar as equipes humanitárias e os civis, eu pergunto: quando é que isto vai parar? Todas as partes têm de acabar com esta matança”, questionou Chapagain.
Cerca de 400 trabalhadores humanitários, incluindo professores, médicos e enfermeiros, foram mortos em ataques israelenses em Gaza desde o inicio da guerra, de acordo com as Nações Unidas.
Desde a retomada das hostilidades em Gaza no dia 18 de março, mais de mil pessoas já morreram e 2.359 ficaram feridas. Só nas últimas 48 horas, 80 pessoas perderam a vida e outras 305 ficaram feridas.
Do total de mortes desde o início da ofensiva israelita em 7 de outubro do ano passado, foram contabilizados 50.357 pessoas além de 114.400 ficaram feridos.
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