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Liberais do Parlamento Europeu querem saída de Orbán da presidência do Conselho da UE
Segundo líder da bancada liberal da assembleia europeia, primeiro-ministro húngaro está minando as posições adotadas pela UE

Os liberais no Parlamento Europeu pediram hoje aos líderes da União Europeia no Conselho Europeu que busquem todos os meios jurídicos para terminar antecipadamente com a presidência da Hungria, que tem previsão de durar até final do ano. "Como resposta direta às ações isoladas do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, a presidente da Renovar a Europa apela ao Conselho Europeu para que explore todos os meios jurídicos para pôr termo à presidência húngara do Conselho e a entregue à Polônia”, que se seguiria no primeiro semestre de 2025, diz o comunicado dos liberais.
Depois da polêmica viagem de Órban à Moscou, a líder da bancada liberal da assembleia europeia, Valérie Hayer, afirma na nota que o primeiro-ministro húngaro está minando as posições adotadas pela União Europeia e age de modo contrário aos interesses europeus, o que tem de acabar.
"É tempo de pôr termo à presidência desonesta do Conselho de Viktor Orbán. A sua pretensa missão de paz é uma ameaça à segurança, a sua comunicação isolada é apenas uma cortina de fumaça para os seus próprios interesses e falha miseravelmente", alega Hayer.
A líder do Renovar a Europa, que é formado pelo Partido da Aliança dos Democratas e Liberais pela Europa e pelo Partido Democrata Europeu, vai pedir um debate urgente sobre a presidência húngara que será realizada na sessão plenária da próxima semana, na cidade francesa de Estrasburgo, e na presença do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel. O pedido acontece apos os embaixadores dos países junto da União Europeia terem discutido o papel da presidência húngara rotativa do Conselho, devido a uma preocupação crescente sobre as polêmicas deslocações de Orbán.
Mas, o governo húngaro negou ter conhecimento de pedidos para abreviar a sua presidência semestral do Conselho da UE ou para alterar a rotatividade. "Não tenho conhecimento de qualquer discussão por parte de qualquer organização ou instituição europeia que tenha como objetivo encurtar a presidência húngara ou alterar a rotatividade em qualquer sentido", disse o ministro dos Assuntos Europeus da Hungria, János Bóka, em Bruxelas.
Liderança controversa
No dia 1 de julho, a Hungria assumiu a presidência rotativa do Conselho da UE, com o lema "Tornar a Europa Grande de Novo", e vai liderá-la até final do ano. Desde então o primeiro-ministro húngaro já realizou deslocações oficiais à Ucrânia, a Rússia, ao Azerbaijão e países vizinhos, além da China. Essas viagens geraram muitas críticas entre os membros da UE, mas Orbán garantiu que as visitas objetivam questões referentes às relações bilaterais e não em assuntos de representação europeia. No entanto, também admitiu que discutiu sobre acordos de paz para a guerra na Ucrânia. Além disso, após o fim da cúpula da OTAN, na capital norte americana, a próxima visita de Orbán será ao candidato republicano as eleições presidenciais dos EUA, Donald Trump, na Flórida. Essa ida aumentou as preocupações de que o líder húngaro esteja atuando como intermediário entre o presidente russo Vladimir Putin e Trump.
Hoje, o chanceler húngaro, Peter Szijjarto, ainda expressou que a Hungria não apoia que a OTAN se transforme num bloco anti-China e que a adesão da Ucrânia à aliança militar enfraqueceria a unidade do grupo.