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Entrevista do Embaixador do Mundial do Catar é suspensa após declaração homofóbica

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Nesta terça-feira (8), o ex-jogador catari e atual Embaixador do Mundial de Futebol do Catar 2022, Khalid Salman, em uma entrevista à emissora alemã ZDF foi questionado sobre a homossexualidade e como será o tratamento reservado a pessoas homossexuais no seu país.  "Muitas coisas vão acontecer aqui durante o Mundial. Vamos falar sobre gays. Relativamente aos homossexuais, o mais importante é aceitar que todos venham, mas terão de aceitar as nossas regras. A homossexualidade é proibida aqui. Porque é proibida? Porque é um problema de saúde mental", respondeu Salman.

Segundo a agência de noticias Reuters a entrevista foi suspensa imediatamente, mas o canal ZDF disse que a mesma será ainda hoje transmitida na íntegra.

A menos de duas semanas do início da Copa do Mundo existem muitas dúvidas e desconfianças sobre o que devem esperar os visitantes LGBTQIA%2b que estarão no Catar durante a competição. No país a homossexualidade é ilegal e o conservadorismo e as regras muito rígidas já acumulam muitas controvérsias e polêmicas. A discriminação em relação aos homossexuais no Catar tem sido um dos temas relacionados com os Direitos Humanos mais discutidos nos últimos tempos, com várias dúvidas a serem levantadas sobre como serão recebidos os membros da comunidade LGBT . Em setembro, o emir do Catar, o Xeque Tamim bin Hamad Al-Thani, garantiu na Assembléia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, um Mundial sem discriminação, numa tentativa de tranquilizar a comunidade LGBTQIA .

Também recentemente o presidente da FIFA, Gianni Infantino, respondendo às preocupações em relação ao respeito pelos direitos das mulheres e da comunidade LGBT durante a competição, reiterou que “todos serão bem-vindos, independentemente da sua origem, formação, religião, gênero, orientação sexual ou nacionalidade” e considerou que o torneio será “o melhor de sempre, dentro e fora do campo”.