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Nicarágua decide julgar outros três candidatos à presidência detidos

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A Justiça da Nicarágua decidiu nesta sexta-feira julgar e manter em prisão preventiva três candidatos à presidência e outros acusados por desrespeito à soberania e "traição à pátria", a 66 dias das eleições gerais, anunciou a promotoria. 

Um tribunal de justiça ordenou, no segundo dia de audiências contra 34 opositores presos, enviar a julgamento os candidatos à presidencia Félix Maradiaga, Arturo Cruz e Juan Sebastián Chamorro, segundo nota do Ministério Público. A decisão de julgar os três políticos foi tomada um dia depois de a candidata presidencial Cristiana Chamorro, acusada de lavagem de ativos e bens por meio da Fundação Violeta Barrios de Chamorro (FVBCH), também ter sido enviada a julgamento.

O presidente Daniel Ortega, no poder desde 2007 e que busca o quarto mandato, acredita que os opositores detidos buscam derrubá-lo com o apoio dos Estados Unidos.

Cruz foi preso em 5 de junho, e Maradiaga e Chamorro três dias depois, como parte de uma onda de prisões de críticos do governo, líderes sociais, empresários e estudantes, sob a acusação de desrespeitarem "a independência, soberania e autodeterminação e incitarem a intervenção estrangeira".

A audiência foi fechada à imprensa e a familiares, o que, segundo o Centro Nicaragüense de Direitos Humanos (CENIDH), viola a legislação. A data dos julgamentos não foi definida.