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Moradores afegãos fogem de área tomada pelo Talibã em Kandahar
Os talibãs tomaram, neste domingo (4), o distrito de Panjwai, em seu antigo reduto na província de Kandahar, depois de combates noturnos contra as forças afegãs, forçando a fuga de dezenas de famílias da área.
Desde que Washington começou, em 1º de maio, a repatriar suas tropas do Afeganistão, após 20 anos de guerra, o Talibã intensificou suas ofensivas contra as forças afegãs, assumindo o controle de muitas áreas rurais em todo o país.
Localizada a cerca de quinze quilômetros da cidade de Kandahar, a capital da província, Panjwai foi por muito tempo reduto do Talibã e palco durante anos de combates entre os insurgentes e as tropas da OTAN.
A conquista deste distrito - onde nasceu o líder talibã Hibatullah Akhundzada - fez com que dezenas de famílias fugissem da área.
A captura de Panjwai ocorre dois dias após a partida das tropas americanas e da OTAN de Bagram, sua base mais importante no Afeganistão, localizada 50 km ao norte de Cabul e o centro nevrálgico das operações da coalizão contra os insurgentes islâmicos nos últimos 20 anos.
De acordo com o governador do distrito de Panjwai, Hasti Mohammad, os talibãs e as forças afegãs entraram em confronto durante a noite.
"Os talibãs tomaram a sede da polícia e o prédio do governo", explicou à AFP.
O presidente do conselho provincial de Kandahar, Jan Khakriwal, confirmou a queda de Panjwai e acusou as forças afegãs, "em número suficiente" na área, de uma "retirada intencional".
Kandahar é o berço do movimento talibã, que tomou o poder no Afeganistão em 1996, estabelecendo um regime islâmico ultrarrigoroso antes de ser derrubado por uma coalizão liderada pelos Estados Unidos em 2001, após os ataques de 11 de setembro.
"Não haverá paz"
Dezenas de famílias fugiram de suas casas no distrito de Panjwai após sua captura pelo Talibã, relatou um correspondente da AFP.
"Tivemos que fugir do vilarejo. O Talibã atirou contra o nosso carro, enquanto eu fugia com minha família. Pelo menos cinco balas atingiram o carro", mas ninguém ficou ferido, disse à AFP Giran, um morador de Panjwai que encontrou refúgio em Kandahar.
"Eles estão no alto e atiram em todos os veículos em movimento", contou.
"As pessoas querem paz, mas não haverá paz. O Talibã quer poder, não quer paz", acrescentou.
Panjwai é o quinto distrito da província de Kandahar a cair nas mãos do Talibã nas últimas semanas.
Esta tarde, o secretário do governador de Kandahar foi morto na explosão de uma bomba colocada em seu carro em frente à governadoria, informou o ministério do Interior.
Os confrontos intensificaram-se nas últimas semanas em várias províncias afegãs e os talibãs afirmam controlar uma centena dos quase 400 distritos do país.
As autoridades afegãs contestam esse número, mas admitem que as forças do governo se retiraram de alguns distritos e é difícil verificar a situação no local de forma independente.
A retirada das forças estrangeiras de Bagram e, a curto prazo, do Afeganistão, faz os observadores temerem que o exército vacile no combate aos insurgentes sem o apoio aéreo fornecido até agora pelas forças americanas.
Alguns especialistas acreditam que essa falta de apoio aéreo às forças afegãs é uma das principais razões para as recentes conquistas dos talibãs.
A Casa Branca anunciou na sexta-feira que a retirada total das tropas americanas seria concluída até o final de agosto, encerrando a guerra mais longa da história dos Estados Unidos.
Em maio, havia quase 9.500 soldados estrangeiros no Afeganistão, incluindo 2.500 americanos.
Por Rashid Durrani avec Emal Haidary à Kaboul
str-emh-jds/jfx/ayv/at/me
© Agence France-Presse
Desde que Washington começou, em 1º de maio, a repatriar suas tropas do Afeganistão, após 20 anos de guerra, o Talibã intensificou suas ofensivas contra as forças afegãs, assumindo o controle de muitas áreas rurais em todo o país.
Localizada a cerca de quinze quilômetros da cidade de Kandahar, a capital da província, Panjwai foi por muito tempo reduto do Talibã e palco durante anos de combates entre os insurgentes e as tropas da OTAN.
A conquista deste distrito - onde nasceu o líder talibã Hibatullah Akhundzada - fez com que dezenas de famílias fugissem da área.
A captura de Panjwai ocorre dois dias após a partida das tropas americanas e da OTAN de Bagram, sua base mais importante no Afeganistão, localizada 50 km ao norte de Cabul e o centro nevrálgico das operações da coalizão contra os insurgentes islâmicos nos últimos 20 anos.
De acordo com o governador do distrito de Panjwai, Hasti Mohammad, os talibãs e as forças afegãs entraram em confronto durante a noite.
"Os talibãs tomaram a sede da polícia e o prédio do governo", explicou à AFP.
O presidente do conselho provincial de Kandahar, Jan Khakriwal, confirmou a queda de Panjwai e acusou as forças afegãs, "em número suficiente" na área, de uma "retirada intencional".
Kandahar é o berço do movimento talibã, que tomou o poder no Afeganistão em 1996, estabelecendo um regime islâmico ultrarrigoroso antes de ser derrubado por uma coalizão liderada pelos Estados Unidos em 2001, após os ataques de 11 de setembro.
"Não haverá paz"
Dezenas de famílias fugiram de suas casas no distrito de Panjwai após sua captura pelo Talibã, relatou um correspondente da AFP.
"Tivemos que fugir do vilarejo. O Talibã atirou contra o nosso carro, enquanto eu fugia com minha família. Pelo menos cinco balas atingiram o carro", mas ninguém ficou ferido, disse à AFP Giran, um morador de Panjwai que encontrou refúgio em Kandahar.
"Eles estão no alto e atiram em todos os veículos em movimento", contou.
"As pessoas querem paz, mas não haverá paz. O Talibã quer poder, não quer paz", acrescentou.
Panjwai é o quinto distrito da província de Kandahar a cair nas mãos do Talibã nas últimas semanas.
Esta tarde, o secretário do governador de Kandahar foi morto na explosão de uma bomba colocada em seu carro em frente à governadoria, informou o ministério do Interior.
Os confrontos intensificaram-se nas últimas semanas em várias províncias afegãs e os talibãs afirmam controlar uma centena dos quase 400 distritos do país.
As autoridades afegãs contestam esse número, mas admitem que as forças do governo se retiraram de alguns distritos e é difícil verificar a situação no local de forma independente.
A retirada das forças estrangeiras de Bagram e, a curto prazo, do Afeganistão, faz os observadores temerem que o exército vacile no combate aos insurgentes sem o apoio aéreo fornecido até agora pelas forças americanas.
Alguns especialistas acreditam que essa falta de apoio aéreo às forças afegãs é uma das principais razões para as recentes conquistas dos talibãs.
A Casa Branca anunciou na sexta-feira que a retirada total das tropas americanas seria concluída até o final de agosto, encerrando a guerra mais longa da história dos Estados Unidos.
Em maio, havia quase 9.500 soldados estrangeiros no Afeganistão, incluindo 2.500 americanos.
Por Rashid Durrani avec Emal Haidary à Kaboul
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© Agence France-Presse