Justiça francesa absolve Marine Le Pen de incitação ao terrorismo

Nesta terça-feira (4) a Justiça da França absolveu a principal liderança da extrema direita francesa, Marine Le Pen, que era acusada de incentivar o terrorismo ao publicar em suas redes sociais, em 2015, fotos da organização terrorista Daesh (proibida em diversos países). Segundo o veredicto do júri o fato teve "um propósito informativo" na divulgação das imagens, que comentou que sua publicação "faz parte de um processo de protesto político". Também de acordo com a decisão do tribunal a propagação dessas imagens na época foi uma resposta coerente de Le Pen a "um polêmico ataque". Já a defesa de Le Pen alegou na audiência que publicações como estas contribuem para o debate público, desde que não banalizem a violência. A líder da extrema direita divulgou as imagens após um jornalista francês ter feito uma comparação entre o grupo Daesh e seu partido. Em uma das fotos aparecia o corpo do jornalista americano James Foley decapitado pelo grupo extremista. Outra mostrava um homem com uniforme laranja atropelado por um tanque. Na ocasião, Le Pen escreveu que "Daesh é isso!". Marine Le Pen foi processada sob a acusação de fazer circular "mensagens violentas incitando o terrorismo ou a pornografia ou prejudicando gravemente a dignidade humana". A Promotoria embasada na lei francesa contra a divulgação de discurso de ódio pediu a imposição de uma multa equivalente a R$ 32.700. Nas pesquisas, de acordo com reportagem do jornal Le Monde, Marine Le Pen é o principal nome de oposição ao atual presidente da França, Emmanuel Macron, para as eleições presidenciais de 2022. Nos últimos meses ela alcançou 35% das indicações de voto, estando praticamente empatada com o líder francês Macron.