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Agência Européia de Medicamentos afirma contraindicar o uso de ivermectina para a Covid
A Agência Européia de Medicamentos (EMA) realizou um comunicado, no qual desaconselha o uso de ivermectina no tratamento ou na prevenção contra a Covid. De acordo com os dados existentes até o momento, o órgão concluiu que o medicamento que é indicado para tratar infestações de parasitas (piolho e sarna) não possui eficácia contra a doença. "Os medicamentos com ivermectina não estão autorizados para uso na Covid-19 na União Européia e a EMA não recebeu nenhum pedido para esse uso", informou a agência. A EMA também esclareceu que alguns testes laboratoriais já detectaram que o fármaco é capaz de impedir a reprodução do vírus SARS-CoV 2, no entanto em concentrações "muito mais altas do que as alcançadas com as doses atualmente autorizadas". Por isso, segundo a EMA, o medicamento não seria suficiente para conter o avanço da doença em um ser humano. "Os resultados dos estudos clínicos foram variados, com alguns estudos mostrando nenhum benefício e outros relatando um benefício potencial. A maioria dos estudos revisados %u200B%u200Bpela EMA era pequena e tinha limitações adicionais, incluindo diferentes regimes de dosagem e uso de medicamentos concomitantes. A EMA concluiu, portanto, que a evidência atualmente disponível não é suficiente para apoiar o uso de ivermectina para Covid-19 fora dos ensaios clínicos", diz a nota oficial da agencia. Além disso, a Agência Européia de Medicamentos destacou que o uso indiscriminado de ivermectina pode levar a efeitos colaterais indesejados. Ou seja, o órgão alertou que, em altas doses, o remédio pode ser tóxico ao organismo. Em janeiro deste ano, a própria MSD, uma das fabricantes do medicamento, contraindicou a sua prescrição para a Covid-19. As pesquisas mundiais ainda comprovaram que o composto pode até conseguir inibir a replicação do novo coronavírus in vitro, isto é, em células isoladas no laboratório, mas não no organismo. A empresa MSD e seus parceiros na ocasião explicaram e reiteraram que as doses que se mostram eficazes in vitro são muito superiores aos níveis aprovados e jamais foram testados em humanos devido ao seu elevado grau de toxicidade. A farmacêutica afirmou que dosagens altas, como as que seriam necessárias para realmente impedir a replicação do novo coronavírus, já demonstraram ser altamente tóxicas em ensaios com animais. Desde 2020, o presidente Jair Bolsonaro defende o uso da ivermectina e da hidroxicloroquina como tratamento precoce contra a doença, embora inúmeros estudos já tenham mostrado sobre a ineficácia desses medicamentos contra a Covid.