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"Xiplomacia" ecoa apelo dos tempos nas reuniões da ONU
Texto de autoria da Xinhua
Beijing, 3 out (Xinhua) - Com o mundo assolado por graves desafios como uma pandemia violenta, recessão contínua, aumento do isolacionismo e aumento do hegemonismo, uma série de reuniões recentes de alto nível da ONU representam as tentativas mais recentes do mundo para buscar um caminho adiante para a humanidade.
Em vários discursos proferidos na plataforma internacional mais importante, o presidente chinês Xi Jinping expôs sua abordagem para tratar dos problemas fundamentais da época e sua visão sobre a união de todas as nações que compartilham o planeta para construir um futuro compartilhado ainda melhor.
"A paz e o desenvolvimento continuam a ser a tendência dos tempos, e as pessoas de todos os lugares anseiam ainda mais fortemente pela paz, desenvolvimento e cooperação de benefício mútuo", disse Xi no debate geral da 75ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU). "A COVID-19 não será a última crise que a humanidade vai enfrentar, por isso devemos dar as mãos e estar preparados para enfrentar ainda mais os desafios globais."
O líder chinês uniu o mundo com um plano e uma visão de como trabalhar, disse Stephen Perry, presidente do Clube do Grupo 48 da Grã-Bretanha. "Ele é um farol de esperança em um momento sombrio do planeta. Espero que ele possa trazer outros líderes nacionais com ele e se concentrar em fazer o mundo funcionar corretamente."
MULTILATERALISMO COMO PRINCÍPIO FUNDAMENTAL
Em um momento histórico ocorrido há 75 anos, as Nações Unidas, o epítome do multilateralismo, foram estabelecidas após o flagelo de duas guerras mundiais para manter a paz duradoura e promover o desenvolvimento comum.
"Hoje, enfrentamos nosso próprio momento de 1945", disse o secretário-geral da ONU, Antônio Guterres, na abertura da 75ª AGNU, alertando sobre um novo impasse, já que o sistema multilateral, a base para a globalização e a integração, está exposto a grandes riscos e desafios, como retirada de tratados e práticas militares e econômicas de bullying.
Observando que os últimos 75 anos foram um período de rápido desenvolvimento do multilateralismo, Xi enfatizou na reunião de alto nível para comemorar o 75º aniversário das Nações Unidas que "os assuntos internacionais devem ser tratados por meio de consultas entre todos nós".
"Os problemas que o mundo enfrenta são grandes e muitos, e os desafios globais estão aumentando", disse o presidente chinês. "Eles devem e só podem ser resolvidos por meio do diálogo e da cooperação."
Esse compromisso com a consulta baseada na igualdade tem sido uma característica essencial do pensamento diplomático de Xi, agora amplamente conhecido como Xiplomacia. Desde que assumiu o cargo de presidente chinês em 2013, ele reiterou o princípio em várias ocasiões internacionais, defendendo firmemente o multilateralismo ao invés do unilateralismo e a cooperação de benefício mútuo ao invés do confronto de soma zero.
Em seu discurso histórico feito na AGNU cinco anos atrás, Xi destacou que todos os países são interdependentes e compartilham um futuro comum, e pediu esforços globais para "renovar nosso compromisso com os propósitos e princípios da Carta da ONU" e "construir um novo tipo de relações internacionais com cooperação de benefício mútuo".
Ao longo dos anos, a China demonstrou que não é apenas uma defensora, mas também uma praticante do multilateralismo, e defensora do sistema internacional centrado nas Nações Unidas. O conselheiro de Estado e ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, disse em um fórum recente que a China aderiu a quase todas as organizações intergovernamentais universais e convenções internacionais.
Chamando a China de "um pilar do multilateralismo", Guterres disse em uma entrevista recente à Xinhua que espera que a China "continue suas políticas proativas para fortalecer o trabalho global da ONU na manutenção da paz e segurança e no incentivo ao desenvolvimento sustentável".
DESENVOLVIMENTO COMUM COMO CHAVE DE OURO
Por trás dos vários desafios que preocupam o mundo de hoje encontram-se diversos problemas de desenvolvimento, que só se tornaram mais agudos sob o contexto da pandemia da COVID-19 e seu impacto multidimensional.
"O assunto do desenvolvimento deve ser destacada no quadro macro global; e deve-se dar uma maior ênfase na promoção e proteção dos direitos de subsistência e desenvolvimento", disse Xi nas últimas reuniões da ONU.
A China está comprometida com um desenvolvimento pacífico, aberto, cooperativo e comum, reiterou Xi, ecoando suas declarações cinco anos atrás de que "o desenvolvimento de todos é um desenvolvimento verdadeiro, e o desenvolvimento sustentável é um bom desenvolvimento".
"Pretendemos criar, ao longo do tempo, um novo paradigma de desenvolvimento com a circulação doméstica como esteio e as circulações doméstica e internacional reforçando-se mutuamente", disse Xi. "Isso criará mais espaço para o desenvolvimento econômico da China e dará ímpeto à recuperação econômica global e ao crescimento."
Comentando sobre o surto do sentimento antiglobalização nos últimos anos, Xi alertou que "diante da globalização econômica, enfiar a cabeça no buraco como um avestruz ou tentar combater isto com a lança de Don Quixote vão contra a tendência da história".
Defendendo o desenvolvimento comum, a China lançou plataformas como a Iniciativa do Cinturão e Rota, a Exposição Internacional de Importação da China, e o Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (BAII), que oferecem um 'forro de prata' em meio à recessão econômica global provocada pela pandemia.
Por exemplo, a Iniciativa do Cinturão e Rota, após sete anos de desenvolvimento constante, se tornou a maior plataforma mundial de cooperação internacional, e o BAII, proposto pela China, forneceu quase US$ 20 bilhões a 24 membros para financiar a construção de sua infraestrutura.
Testemunhando seu compromisso com um desenvolvimento inclusivo, a China obteve progresso significativo na promoção do desenvolvimento das mulheres. É reconhecido pela Organização Mundial da Saúde como um dos 10 países mais rápidos na promoção da saúde das mulher e criança. Nas reuniões da ONU, Xi pediu esforços conjuntos "para apoiar as mulheres e ajudá-las a viver suas vidas com todos os esforços".
Em termos da redução da pobreza, uma das principais prioridades na mente de Xi, a China está determinada a tirar da pobreza todos os residentes rurais que vivem abaixo da linha de pobreza atual dentro do prazo estabelecido, cumprindo 10 anos antes do previsto a meta de erradicação da pobreza estabelecida na Agenda para o Desenvolvimento Sustentável 2030.
Chamando a campanha de combate à pobreza da China de "uma estratégia inspiradora", Alicia Bárcena, secretária-executiva da Comissão Econômica da ONU para a América Latina e o Caribe, disse que a China tornou possível "uma aceleração da redução da pobreza em nível global".
FUTURO COMPARTILHADO COMO LUZ-GUIA
Em um mundo que Guterres disse ter "um superávit de desafios multilaterais e um déficit de soluções multilaterais", Xi pediu que todos os países superem as diferenças de nacionalidade, cultura e ideologia e se unam para construir um futuro compartilhado melhor para todos.
A visão de construir uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade, apresentada pela primeira vez à comunidade internacional em 2013, tornou-se o conceito principal da Xiplomacia e um tema constante das observações de Xi sobre as relações internacionais.
Enfatizando a importância do ecossistema para o futuro da humanidade, Xi sugeriu que todos os países "assumam nossa elevada responsabilidade por toda a civilização humana, ... equilibrem e coordenem o desenvolvimento econômico e a proteção ecológica e trabalhem juntos para construir um mundo próspero, limpo e belo".
Em uma demonstração clara de sua dedicação a essa visão, a China, o primeiro país a suportar o peso da pandemia da COVID-19 e também um dos primeiros a colocá-la sob controle efetivo, tem lutado ombro a ombro com a comunidade internacional contra o doença do coronavírus.
Reconhecendo que em uma pandemia ninguém está seguro até que todos estejam seguros, a China enviou equipes de especialistas médicos a 34 países para ajudar a prevenir e controlar a epidemia e forneceu ajuda a mais de 150 países e organizações internacionais.
No que diz respeito às mudanças climáticas, outro desafio que ameaça o futuro de toda a humanidade, Xi anunciou nas últimas reuniões da ONU que a China pretende atingir o pico de emissões de CO2 antes de 2030 e atingir a neutralidade do carbono antes de 2060.
"Não há dúvida de que os esforços da China desempenharão um papel importante na definição de como o resto do mundo progride na ação climática", disse Helen Clarkson, CEO do Grupo Climate, com sede em Londres, em uma entrevista à Xinhua.