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Chile atinge a maior marca de testes da Covid-19 na América Latina

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Atualmente o Chile é o país latino-americano que mais realizou testes do novo coronavírus. Apenas em meados de abril foram feitos aproximadamente 118 mil exames para Covid-19, com uma capacidade que atingiu cerca de 8.000 testes diários. Agora são realizados uma média de 3 mil testes por dia, considerada a maior cifra total por habitante na América Latina. 

O Chile conta com cinquenta laboratórios, distribuídos entre laboratórios públicos e particulares, para analisarem os testes, que são essenciais tanto para detectar um número mais preciso de casos no país quanto para rastreá-los e tentar evitar precocemente uma disseminação maior. Além disso, as pessoas diagnosticadas com o vírus são monitoradas diariamente pelo Ministério da Saúde em relação ao estado de saúde e ao cumprimento (ou não) da quarentena obrigatória. Sendo que aqueles com os quais os infectados tiveram contato próximo também são submetidos a testes, além do monitoramento. 

Segundo Luis Fernando Leanes, representante da Organização Pan-Americana da Saúde no Chile, em comparação com o restante do continente, as autoridades chilenas estão realizando uma quantidade "impressionante" de testes. A subsecretária de saúde do país, Paula Daza, acrescentou que o país buscou se preparar desde o início para o pior cenário, de modo que ampliaram a rede de assistência, a capacitação dos profissionais e o número de leitos hospitalares, com a abertura antecipada de cinco hospitais.

O primeiro caso de coronavírus conhecido e registrado aconteceu no dia 3 de março. Desde então, o presidente chileno Sebastián Piñera decretou o estado de exceção de emergência, com militares nas ruas, toque de recolher, suspensão de aulas e fechamento do comércio. O Governo fundamentou sua estratégia de combate a pandemia em um alto número de testes e em quarentenas “seletivas e dinâmicas”, entretanto somente em determinados municípios, estabelecidos conforme se apresentava o número de infectados. 

Em oposição à tática seguida em diversos outros países da região, o isolamento completo não foi adotado, apesar da significativa pressão das autoridades locais. Mas a partir do primeiro caso da doença notificada em 3 de março, os protestos e manifestações sociais que ocorriam no país desde outubro do ano passado também cessaram, em parte porque estão vigentes o toque de recolher e o estado de emergência. Exceto por poucos panelaços organizados em algum bairro, nas últimas semanas os protestos pararam quase completamente, embora no final de abril alguns grupos tenham desafiado as autoridades com concentrações ainda que em pequena escala, mas que foram logo reprimidas.

Porém, a situação mais agravante e que é o grande temor no Chile permanece sendo o número de respiradores, que está centralizado no sistema público e privado. O Ministério da Saúde comunicou que há 538 respiradores disponíveis em todo o país, partilhados pelo Governo central de acordo com as solicitações e necessidades regionais.

Até o presente momento, o Chile tem 22.016 casos confirmados, 10.710 recuperados e 275 mortes. Já líder Sebastián Piñera ainda se mantém firme em sua decisão de não instituir uma quarentena total em nível nacional, sendo o confinamento social exclusivamente em algumas áreas, que vão mudando e sofrendo alterações segundo os casos de contágio que surgem.