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Turquia e EUA criarão centro de operações conjuntas para norte da Síria

Turquia e Estados Unidos decidiram criar um "centro de operações conjuntas" ante a tensão entre forças curdas e turcas no norte da Síria, anunciou Ancara nesta quarta-feira (7).
As duas partes chegaram ao acordo para "adotar sem demora as primeiras medidas destinadas a responder as preocupações da Turquia e, neste âmbito, criar na Turquia um centro de operações conjuntas".
O anúncio ocorre depois de três dias de intensas discussões entre os dois países, com Washington desejoso de evitar uma nova operação militar no norte da Síria.
Turquia e Estados Unidos analisaram a criação de uma "zona de segurança" para separar a fronteira turca de certas posições das Unidades de Proteção Popular (YPG), a principal milícia curda na Síria, mas não entraram em acordo sobre vários pontos.
Apoiadas pelos Estados Unidos na luta contra os extremistas do Estado Islâmico, as YPG são consideradas pela Turquia uma "organização terrorista" que ameaça sua segurança.
Segundo o ministério turco da Defesa, o objetivo final de Ancara é criar um "corredor da paz", que "garanta que nossos irmãos sírios possam voltar ao seu país".
A Turquia abriga mais de 3,6 milhões de refugiados sírios, a maior cifra no mundo.
Não se revelou nenhum detalhe sobre este projeto de separação, nem sobre sua profundidade, nem sobre as forças que o controlariam, dois pontos de divergência entre as partes.
Segundo a imprensa turca, Ancara reivindicava uma faixa de 30 km de profundidade de onde as YPG deveriam se retirar, muito mais que a proposta de Washington. Além disso, a Turquia pedia para ter o controle exclusivo desta zona.
Para a Turquia, trata-se de uma zona tampão entre sua fronteira e as posições das YPG situadas a leste do Eufrates, na Síria, até a fronteira iraquiana.
Perguntado a respeito em uma coletiva de imprensa, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou que a abertura de uma zona de operações significaria "o início do processo" para criar uma "zona de segurança".
"O importante é que tomemos medidas para o leste do Eufrates. E é o que se está fazendo com os americanos", acrescentou, recusando-se a dar uma data.
Nos últimos dias, a Turquia multiplicou as ameaças de intervenção contra posições curdas na Síria, depois de meses de negociações infrutíferas com os Estados Unidos.