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FMI suspende transações com Venezuela por indefinição no governo

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O acesso da Venezuela ao Fundo Monetário Internacional (FMI), tanto para retirar seus fundos de reservas como para negociar empréstimos, está condicionado à definição sobre quem governa em Caracas, informou nesta quarta-feira (10) um porta-voz do organismo.

A legitimidade do governo da Venezuela está em questão desde janeiro, quando o líder opositor Juan Guaidó desafiou a autoridade do presidente Nicolás Maduro, em meio uma aguda crise econômica.

"Qualquer compromisso do FMI com a Venezuela, incluindo a resposta a possíveis solicitações de transações financeiras, está vinculado ao tema de esclarecimento sobre quem governa", disse à AFP o porta-voz do FMI. "Nos guiamos por nossos membros neste tema...", destacou.

Maduro, que assumiu um segundo mandato até 2025 no dia 10 de janeiro passado, segue como presidente da Venezuela, com o apoio interno dos militares e externo de Rússia e China.

Guaidó, chefe do Parlamento que em 23 de janeiro se declarou presidente interino para organizar novas eleições, é reconhecido por mais de 50 países, incluindo Estados Unidos.

No FMI, os Estados Unidos têm o maior poder de voto (16,5%), com capacidade de veto sobre a maioria das decisões.

Com a decisão, tanto Maduro quanto Guaidó não poderão iniciar negociações para um programa de ajuda com o organismo multilateral.

Durante os últimos quatro anos, a Venezuela drenou drasticamente suas reservas no FMI, que se mantêm nos chamados Direitos Especiais de Giro (DEG), cujo valor é fixado com base em cinco moedas: dólar, euro, iene, libra e iuane.