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Bolívia pede para Chile deixar hostilidade e manter diálogo equilibrado

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O presidente boliviano, Evo Morales, pediu, neste domingo, para o Chile deixar a hostilidade contra seu país de lado e retomar um diálogo franco, "sem perdedores, nem vencedores", após históricas disputas territoriais e em processos na Corte Internacional de Justiça (CIJ) de Haia.

"Estamos convencidos em qualquer diálogo, direto, com mediação ou via (corte de) Haia", disse o governante em um informe ao Congresso, na comemoração do aniversário da Bolívia, afirmando que "não queremos que haja perdedores nem vencedores".

Aproveitando para fazer uma contagem dos sucessos oficiais, Morales citou as duas disputas entre Bolívia e Chile na CIJ: La Paz ganhou em 2013, fazendo seu vizinho cumprir as promessas de resolver o histórico isolamento marítimo; e Santiago, em 2016, pelo uso das águas fronteiriças do rio Silala.

O governante - no poder desde 2006 e com aspirações para um quarto mandato de cinco anos a partir de 2020 - destacou que seu governo está aberto ao diálogo para resolver diferenças históricas. La Moneda, contudo, afirma que não tem assuntos pendentes com a Bolívia.

"Corresponde reiterar que a Bolívia continua crendo que o diálogo franco é sempre o melhor caminho para superar nossas diferenças", disse o governante. "Convidamos mais uma vez a República do Chile, suas autoridades, seu povo, a depor as atitudes hostis e de amedrontamento".

Segundo La Paz, o governo chileno tem uma política beligerante contra a Bolívia, como as recorrentes paradas nos portos do Oceano Pacífico, por onde flui a maior parte do comércio boliviano, ou os reiterados conflitos fronteiriços, pela tráfego ilegal de mercadorias.

O Chile já disse antes que também quer diálogo com seu vizinho, sobre diversos assuntos que dizem respeito aos dois, mas considera a aspiração territorial boliviana um assunto resolvido no tratado de paz de 1904, que definiu a fronteira bilateral. O tema também é alvo de uma disputa na CIJ.