° / °

Conheça o 'Puputov', a nova arma dos manifestantes contra Maduro

A Venezuela há anos enfrenta um severo período de rebelião civil, desde a saída de Hugo Chávez.

Por

Criado para combater uma invasão soviética na Finlândia em 1939, o coquetel Molotov é hoje uma das armas mais conhecidas e utilizadas, principaçmente em protestos e demais rebeliões civis, por todo o mundo. O que não se esperava, no entanto, era que quase 80 anos depois esta eficaz ferramenta de combate passasse por uma peculiar revisão. 

Em Caracas, capital da Venezuela, os manifestantes conceberam uma nova forma de combater a truculência policial. Chamado Puputov, a arma mistura em seu nome dois conceitos: Seria o famoso coquetel com a adição de um ingrediente extra, o "Pupu", a forma infantil pela qual se chamam os excrementos humanos no país.

De fabricação caseira, o Puputov nada mais é que um pote de maionese, ou saco, cheio de fezes e outros dejetos humanos. A "arma" é usada pelos manifestantes para contra-atacar as forças de repressão de Maduro que atacam usando desde munição real até bombas de efeito moral.
 
A criação venezuelana se mostrou eficiente em combate. Podendo ser considerada uma "arma química", o utensílio tem um efeito moral e já provou debilitar os soldados de Maduro que frequentemente saem dos postos e das linhas dominados por fortes ânsias de vômito provocadas pelo forte odor que fica impregnado em seus uniformes. 

A arma começou a ser utilizada em protestos em Caracas e já se espalha por toda a nação venezuelana. 

Entenda a crise

Desde 2014, centenas de milhares de venezuelanos protestaram contra os cada vez mais altos níveis de violência criminal, inflação e pela escassez crônica de produtos básicos devido às políticas do governo federal no país. Na última semana o presidente Maduro forçou a aprovação de uma nova "Constituinte-militar", amplamente criticada pela oposição, cada vez mais reprimida no país.
 
Há mais de um mês uma forte onda de protestos tomou a Venezuela e o confronto entre manifestantes e policiais já deixou mais de 30 mortos pelo país.