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Coreia do Norte consegue lançar míssil nuclear, sem controlar sua trajetória

Pyongyang efetuou desde 2006 pelo menos 25 lançamentos de ogivas balísticas em violação às resoluções da ONU

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Norte-coreanos veem lançamento de míssil em Seul, no último mês de outubro. Foto: AFP/Arquivos JUNG YEON-JE


A Coreia do Norte desenvolveu a capacidade de instalar uma ogiva nuclear em um míssil e lançá-lo, mas não consegue recuperar o míssil do espaço e orientá-lo para o alvo, informou uma fonte da Defesa americana nesta quinta-feira (8).

Os norte-coreanos "atualmente têm a capacidade de lançar uma arma nuclear, mas não podem assegurar o retorno" à atmosfera, explicou o funcionário.

"Não estão certos de poder recuperá-la para realizar um ataque estratégico, consequentemente estão tentando conseguir isso", acrescentou a fonte.

Pyongyang efetuou desde 2006 cinco testes nucleares, os dois últimos em janeiro e em 9 de setembro deste ano, e pelo menos 25 lançamentos de mísseis balísticos em violação às resoluções da ONU.

O míssil balístico Musudan, um poderoso foguete de médio alcance - entre 2.500 e 4.000 km - já foi testado oito vezes este ano. Só um teste foi bem sucedido, o de junho, quando foi lançado um míssil que percorreu 400 km e caiu no Mar do Japão.

Apesar dos fracassos, alguns especialistas consideram que o programa Musudan avança rapidamente.

Desde o seu primeiro teste nuclear, em 2006, a Coreia do Norte, que tem contra si uma proibição da ONU a qualquer programa nuclear ou balístico, foi punida com cinco séries de sanções.

"Nós nos encontramos em uma situação muito tensa sobre a  qual não temos muitos meios para agir, não temos muita margem de manobra em termos de negociação", avaliou o funcionário.

"Podem imaginar" que os militares americanos "preparam cenários de urgência adaptados à situação", disse. "Nós nos preparamos para tudo o que possa sair deste comportamento muito, muito provocador", avaliou.