Cadernos

DP+

Blogs

Serviços

Portais

Economia

Eventualmente, você precisa dar doses maiores do remédio, diz Galípolo, sobre juros

Presidente do Banco Central foi pressionado por parlamentares pela alta dos juros

Segundo os analistas do mercado financeiro, o principal motivo pela alta da SELIC é a incerteza fiscal do governo Lula

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta terça-feira, 1º de abril, que é possível que os canais de transmissão da política monetária do Brasil não tenham a mesma fluidez que em outros países. Isso pode explicar a razão pela qual o País precisa de juros mais altos para controlar a inflação, argumentou.

"Eventualmente, você precisa dar doses maiores do remédio para conseguir o mesmo efeito", disse Galípolo, durante uma sessão da Câmara dos Deputados em homenagem aos 60 anos do BC.

O chefe da autoridade monetária tentava rebater críticas de deputados que, durante a sessão, pediram a redução da taxa Selic. Minutos antes, Luiz Carlos Hauly (Podemos-PR) havia dito que não faria sentido o Brasil ter juros de 14,25% ao ano, contra 5% nos Estados Unidos, e afirmou que seria "inaceitável" Galípolo seguir a mesma metodologia do ex-presidente do BC Roberto Campos Neto.

O atual presidente do BC afirmou que, na literatura internacional e nas conversas com outros banqueiros centrais, o principal questionamento é como o Brasil pode ter juros que seriam elevados para vários países e, mesmo assim, ter uma economia dinâmica. Ele lembrou que, recentemente, o desemprego caiu ao menor nível da história no País, e o rendimento das famílias cresceu às máximas.

Galípolo citou a estrutura de subsídios da economia brasileira como uma das explicações para o mau funcionamento dos canais de transmissão. "Nós temos uma série de subsídios cruzados, perversos e regressivos na sociedade brasileira. E talvez para nós, do Banco Central, esses trade-offs, como a gente costuma chamar, esses ônus e bônus, essas trocas, sejam mais evidentes", disse.

Leia a notícia no Diario de Pernambuco