Cadernos

DP+

Blogs

Serviços

Portais

Economia

Consignado para trabalhadores CLT pode gerar aumento de inadimplentes no país

Programa do governo federal tem como objetivo oferecer créditos com juros mais baratos para os trabalhadores com carteira assinada, rurais, domésticos e funcionários de MEI (microempreendedor individual)


Outro risco levantado é a margem consignável oferecida pelo programa, de 35% do salário do trabalhador. “Considerando a média de rendimento do brasileiro de R$ 3.225, comprometer 35% dessa renda, que não tem espaço orçamentário, pode afetar questões básicas como saúde e educação. Isso não é saudável”.

ENDIVIDADOS NO RECIFE

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada pela Fecomércio-PE, com dados de fevereiro de 2025, apontou que 83,4% das famílias recifenses possuem endividamento, com um leve aumento em relação a períodos anteriores.

Em relação aos principais tipos de dívida, o cartão de crédito lidera com 91,6%, seguido pelos carnês (27,7%). Os financiamentos de carro e casa são utilizados por 6,5% e 5,7% das famílias, já o crédito consignado faz parte de 2,4% das dívidas dos recifenses. 

CRÉDITO "ATRAENTE"

Segundo o governo federal, o programa, que reformula o crédito consignado para trabalhadores formais da iniciativa privada, pretende reduzir o endividamento e tornar o crédito mais atraente e também busca ser uma forma de migrar dívidas com maior custo. 

O economista João Rogério aponta que, na verdade, essa é uma campanha que visa a ampliação do crédito, não de renegociação de débito. Mesmo se fosse, seria repetir algo que já existe, pois o crédito consignado para empregados em empresas privadas não é novidade. Além disso, a concorrência, nesse caso, também ocorre porque os bancos que detêm a folha de pagamento dos trabalhadores oferecem portabilidade. 

As medidas que realmente poderiam solucionar a questão do endividamento deveriam ser as que barateiam o custo básico do dinheiro para as pessoas. “O jeito certo de estimular a tomada de crédito seria derrubar a Taxa Selic, atualmente em 13,25%, para 6%”, exemplifica João Rogério sobre o indicador que mede a taxa básica de juros do país.

INADIMPLÊNCIA


Leia a notícia no Diario de Pernambuco