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Teremos deflação em julho?

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A Petrobras reduziu em R$ 0,20 (4,93%) o preço da gasolina na semana passada. O impacto pode ser de queda de 0,5 p.p. no IPCA de julho. Ao mesmo tempo, a PEC da redução do ICMS derrubou o preço médio da gasolina em R$ 1,32 e a ANEEL reduziu o preço da energia elétrica.

A redução ocorreu somente no preço da gasolina e foi a primeira desde dezembro de 2021. O preço voltou a ser o mesmo praticado em maio desse ano, antes da elevação para R$ 4,06 de junho. O diesel, porém, sofreu forte elevação em junho e pode influenciar a inflação para cima.

A Petrobras informou que o preço do barril de petróleo vem cedendo, o que permitiu a redução. De fato, o barril atingiu seu pico em fevereiro em US$ 140,00, com a invasão da Ucrânia, e agora está rodeando o patamar de US$ 100,00, com a perspectiva de contração econômica mundial.

O impacto dessa redução deve ficar em queda de 0,5 ponto percentual no IPCA de julho e 0,15 p.p. em agosto. Mas o impacto não para por aí. A redução do ICMS será responsável por uma queda ainda maior, pois na média, a gasolina teve redução de R$ 7,39 para R$ 6,07 (17,86%), segundo a ANP.

Os preços de diesel e etanol também caíram no período. O diesel não caiu tanto, pois há o risco de desabastecimento por falta de estoque. O etanol deve cair ainda mais, pois vários estados já anunciaram a redução do seu ICMS para melhorar a competitividade do produto em relação à gasolina.

A energia elétrica, que também tem peso significativo na formação do IPCA, teve redução aprovada pela ANEEL na semana passada que pode chegar a 5,26% referentes a tributos que foram cobrados a mais dos consumidores em 2021. A energia elétrica também impacta outros setores produtivos, indiretamente, o que trará impacto maior.

Todos esses importantes itens, somados, podem trazer deflação no mês de julho, que será importante para convergir o IPCA no final do ano para o patamar que os analistas têm esperado. O Boletim Focus do Banco Central, semana após semana, tem trazido uma expectativa de IPCA em queda, próximos dos 7,5%, e deve continuar revisando as previsões para baixo.