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Taxa média de juros em dezembro registrou 24,4% ao ano

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A taxa média de juros cobrada por instituições financeiras, como bancos e cooperativas, fechou o mês de dezembro em 24,4% ao ano, informou hoje (28) o Banco Central. Em janeiro do ano passado, a taxa estava em 20% ao ano. O resultado, que consta do relatório de Estatísticas Monetárias e de Crédito, mostra ainda que o aumento foi registrado tanto para pessoas físicas quanto para empresas.

De acordo com o documento, a taxa média de juros das pessoas físicas passou de 24,3% em janeiro para 28,7% em dezembro. Já em relação às empresas, os juros médios dos empréstimos e financiamentos passaram de 13,4% para 17,4%.

Também houve aumento na taxa média cobrada no crédito rotativo do cartão de crédito, que passou de 329% para 349,6% ao ano. A cobrança do rotativo é feita quando o valor total da fatura não é pago até a data de vencimento. Já a taxa do parcelado do cartão fechou dezembro em 168,5%. Com isso, a taxa de juros total do cartão de crédito terminou dezembro em 63,9% . No cheque especial, a taxa de juros cobrada foi de 127,6%.

No cre%u0301dito livre, a taxa de juros fechou o ano em 33,9% ao ano, uma elevac%u0327a%u0303o de 8,4 pontos percentuais (p.p.) em relação ao registrado em janeiro. Nessa modalidade, os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros cobradas dos clientes.

O relatório aponta que no cre%u0301dito livre a%u0300s empresas, a taxa me%u0301dia de juros situou-se em 20% ao ano, contra 11,6% em janeiro, com destaque para a elevação da taxa em capital de giro de longo prazo (9,1 p.p.), desconto de duplicatas e recebi%u0301veis (6,3 p.p.), financiamento a exportac%u0327o%u0303es (7,7 p.p.) e aquisic%u0327a%u0303o de vei%u0301culos (6,8 p.p.).

No cre%u0301dito livre a pessoas fi%u0301sicas, a taxa de juros alcanc%u0327ou 45,1% a.a., elevac%u0327a%u0303o de 7,9 p.p. no ano, com destaque para o aumento em cre%u0301dito pessoal na%u0303o consignado (10,8 p.p.) e aquisic%u0327a%u0303o de vei%u0301culos (7,6 p.p.).

O Indicador de Custo do Cre%u0301dito (ICC), que mede o custo me%u0301dio de todo o cre%u0301dito do Sistema Financeiro Nacional (SFN), atingiu 18,4% ao ano, uma elevação de 1,6 p.p. em relação ao registrado em janeiro. No cre%u0301dito livre na%u0303o rotativo, o ICC situou-se em 24,3% ao ano, com variação de 1,9 p.p. ao longo do ano.

A inadimple%u0302ncia do cre%u0301dito geral atingiu 2,3% em dezembro, muito pro%u0301ximo ao menor valor da se%u0301rie observado ao final de 2020, quando ficou em 2,1%. No cre%u0301dito livre, esse indicador aumentou 0,2 p.p. em 2021, encerrando o ano em 3,1%.

Já nas operac%u0327o%u0303es direcionadas houve estabilidade (0,1 p.p.) em 2021, finalizando o ano em 1,2%. Essas operações têm regras definidas pelo governo, e são destinadas, basicamente, aos setores habitacional, rural, de infraestrutura e ao microcrédito.

Volume de crédito
 
O relatório mostra que, em 2021, o volume de cre%u0301dito do SFN alcanc%u0327ou R$ 4,7 trilho%u0303es, um aumento de 16,5% no ano, ante a variac%u0327a%u0303o de 15,6% no ano anterior. O cre%u0301dito a empresas variou 11,1%, desacelerando ante 21,8% em 2020. O cre%u0301dito a%u0300s fami%u0301lias cresceu 20,8%, ante os 11,2% registrados em dezembro de 2020. Em dezembro de 2021, o cre%u0301dito total variou 1,9% com aumentos de 2,3% na carteira de pessoas juri%u0301dicas e de 1,7% na carteira de pessoas fi%u0301sicas.

Em 2021, o cre%u0301dito livre para pessoas juri%u0301dicas alcanc%u0327ou R$ 1,3 trilha%u0303o, expansa%u0303o de 18,3% no ano, resultado que ficou abaixo do crescimento registrado em 2020, quando ficou em 21,2%.

“Destacam-se os crescimentos nas modalidades de duplicatas e antecipac%u0327a%u0303o de faturas de carta%u0303o, conta garantida, aquisic%u0327a%u0303o de vei%u0301culos e ACC. Destaque- se, tambe%u0301m, a reduc%u0327a%u0303o na modalidade de capital de giro ate%u0301 365 dias, compensada pelo fortalecimento da modalidade acima de 365 dias”, diz o relatório.

O cre%u0301dito livre a%u0300s fami%u0301lias atingiu R$ 1,5 trilha%u0303o, um crescimento de 22,8% em 2021. O resultado aponta para uma aceleração no crescimento, já que em 2020 a expansão foi de 10,8%. O destaque vai para a expansa%u0303o das modalidades cre%u0301dito pessoal, aquisic%u0327a%u0303o de vei%u0301culos e operac%u0327o%u0303es com carta%u0303o de cre%u0301dito.

Em 2021, o cre%u0301dito direcionado atingiu R$ 1,9 trilha%u0303o, elevac%u0327a%u0303o de 10,8% no ano, desacelerando apo%u0301s crescimento de 15,9% em 2020. O comportamento foi bastante desigual entre pessoas juri%u0301dicas e fi%u0301sicas: enquanto as primeiras apresentaram retrac%u0327a%u0303o de 0,3% no ano (apo%u0301s expansa%u0303o de 22,8% em 2020), as fami%u0301lias apresentaram crescimento de 18,4% (apo%u0301s alta de 11,7% no ano anterior).