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BC: cenário econômico é de retomada nas cinco regiões do país

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O cenário da economia no terceiro trimestre do ano é de retomada da atividade em todas as regiões do país, de forma menos intensa e concentrada no setor de serviços, segundo análise do Boletim Regional, divulgado hoje (24) pelo Banco Central.

O boletim, que apresenta as condic%u0327o%u0303es da economia nas cinco regio%u0303es do país, diz que esse comportamento da economia tende a favorecer as economias do Nordeste e Sudeste.

Sudeste
 
No Sudeste, a atividade econo%u0302mica continuou em expansa%u0303o no terceiro trimestre, favorecida pela recuperação do setor de serviços, com o avanc%u0327o da vacinac%u0327a%u0303o contra a Covid-19 e menor efeito da pandemia na região. Todos os segmentos de servic%u0327os apresentaram abertura de vagas, com destaque para atividades administrativas e servic%u0327os complementares, alojamento e alimentac%u0327a%u0303o.

Por outro lado, o boletim aponta que o comércio varejista, apo%u0301s va%u0301rios meses de relativa estabilidade, registrou retrac%u0327a%u0303o mais pronunciada a partir de agosto, encerrando o terceiro trimestre com variac%u0327a%u0303o negativa, refletindo o possi%u0301vel deslocamento da demanda para servic%u0327os.

Em relação à Indústria, dificuldades para a obtenc%u0327a%u0303o de insumos e os prec%u0327os de algumas cadeias produtivas, especialmente a automotiva, contribuíram para a queda da produc%u0327a%u0303o no terceiro trimestre. Houve retrac%u0327a%u0303o em quinze dos 22 setores pesquisados, com destaque para fabricac%u0327a%u0303o de outros produtos de transporte (11,7%) e vei%u0301culos (8,4%).

Com isso, no trimestre, o índice de atividade econômica da região variou 0,4%, apo%u0301s expansa%u0303o 0,8% no período anterior. Segundo o BC, os indicadores apontam para acomodac%u0327a%u0303o da atividade econo%u0302mica no Sudeste, no quarto trimestre.

“Presso%u0303es de custos e falta de insumos em setores da indu%u0301stria, com e%u0302nfase no segmento automotivo, te%u0302m efeitos negativos sobre a produc%u0327a%u0303o fabril. Em sentido contra%u0301rio, o avanc%u0327o da vacinac%u0327a%u0303o favorece a continuidade da recuperac%u0327a%u0303o dos segmentos de servic%u0327os mais impactados pela pandemia, sobretudo os direcionados a%u0300s fami%u0301lias”, diz o boletim.

Nordeste
 
No Nordeste, o crescimento econo%u0302mico no trimestre encerrado em setembro foi liderado pelos servic%u0327os, destacando-se os prestados a%u0300s fami%u0301lias e transportes, em ambiente de recuperac%u0327a%u0303o gradual da mobilidade das pessoas e de ligeira melhora no mercado de trabalho.

“O contexto de arrefecimento da pandemia e melhora da confianc%u0327a refletiu-se em maior dinamismo de atividades que dependem de interac%u0327a%u0303o social, como os servic%u0327os prestados a%u0300s fami%u0301lias e as relacionadas ao turismo, que te%u0302m maior representatividade no Nordeste”, diz o boletim.

Também houve um cenário de recuperação parcial da indu%u0301stria de transformac%u0327a%u0303o, apo%u0301s retrac%u0327o%u0303es nos dois trimestres anteriores. Com isso, o índice de atividade econômica da região expandiu 0,5% no peri%u0301odo em relac%u0327a%u0303o ao anterior, quando cresceu 0,8% na mesma base de comparac%u0327a%u0303o.

Centro-Oeste
 
O Centro-Oeste registrou crescimento mais moderado no terceiro trimestre, influenciado principalmente pelos efeitos da menor produção de milho e cana-de-açúcar. O resultado positivo foi sustentado pela expansão do comércio, da construção civil e dos serviços de alojamento e alimentação, repercutindo os efeitos do avanço na vacinação.

Nesse contexto, o índice de atividade econômica da região cresceu 0,7% no terceiro trimestre de 2021, em relação ao trimestre anterior (2,3%), segundo dados dessazonalizados. No acumulado de doze meses, o indicador expandiu 2% em setembro (0,8% no mesmo mês de 2020).

O boletim aponta ainda que a safra recorde de gra%u0303os na%u0303o deve se repetir no ano de 2021 em decorre%u0302ncia das condic%u0327o%u0303es clima%u0301ticas adversas, principalmente da estiagem prolongada a partir de fevereiro, que provocou queda significativa nas colheitas de milho, algoda%u0303o e cana-de-ac%u0327u%u0301car.

“A economia do Centro-Oeste manteve trajetória de crescimento, com oscilações relacionadas ao desempenho do agronegócio. A perspectiva de safras recordes de commodities agrícolas em 2022 continua sendo importante varia%u0301vel de sustentac%u0327a%u0303o para a regia%u0303o, com desdobramentos em outras atividades”, diz o documento.

Norte
 
A Região Norte na%u0303o repetiu o bom desempenho observado no trimestre anterior. Segundo o boletim, o recuo refletiu a desacelerac%u0327a%u0303o na indu%u0301stria e no come%u0301rcio, impactados pela limitac%u0327a%u0303o da oferta de insumos na cadeia produtiva. O índice de atividade econômica da região recuou 1% no terceiro trimestre do ano, influenciado pelas retrac%u0327o%u0303es no Amazonas (-3,1%) e Para%u0301 (-0,9%).

Segundo o boletim, no setor de servic%u0327os, apesar do arrefecimento da intensidade da recuperac%u0327a%u0303o na margem, o setor registrou expansa%u0303o no terceiro trimestre, com aumento em quatro estados. A produção industrial da região acompanhou o que ocorreu na indústria nacional e também registrou contração no trimestre. A indústria geral recuou 1,5% no período.

Já as vendas do come%u0301rcio reverteram crescimento assinalado no segundo trimestre. Com isso, o Norte encerrou o terceiro trimestre com recuo de 0,7% no come%u0301rcio ampliado (9,7% no segundo trimestre), com quedas em cinco dos sete estados da regia%u0303o.

O boletim aponta, contudo, para um crescimento do faturamento do varejo, em maior proporc%u0327a%u0303o nos setores de alimentac%u0327a%u0303o e combusti%u0301veis. A expectativa para a região é que, no quarto trimestre, o desempenho do setor melhore, impulsionado pelas vendas de final de ano, com a Black Friday e o Natal.

Sul
 
A Região Sul assinalou desacelerac%u0327a%u0303o do processo de crescimento, com indicadores da produc%u0327a%u0303o industrial e do come%u0301rcio abaixo do esperado. Com isso, o índice de atividade econômica no terceiro trimestre recuou 0,7%, apo%u0301s quatro intervalos consecutivos de alta. O setor industrial foi o quem mais contribuiu para a retração da atividade econômica, em razão de problemas com a normalizac%u0327a%u0303o da cadeia de suprimentos, além dos estoques reduzidos e custos elevados.

O resultado do terceiro trimestre confirmou a recuperac%u0327a%u0303o do setor de servic%u0327os, que expandiu pelo quinto peri%u0301odo em seque%u0302ncia, mitigando a retrac%u0327a%u0303o da atividade econo%u0302mica. Todos os segmentos registraram alta, sobretudo os destinados a%u0300s fami%u0301lias e os que envolvem contato pessoal. A avaliação é de que a trajeto%u0301ria deve persistir no final de ano.

Segundo o boletim, a atividade econo%u0302mica do Sul tem evolui%u0301do de forma assime%u0301trica ao longo do ano, com destaques positivos para a indu%u0301stria e produc%u0327a%u0303o agri%u0301cola no primeiro trimestre e para o come%u0301rcio e a construc%u0327a%u0303o civil no segundo. A avaliação é de que “a normalizac%u0327a%u0303o da cadeia de suprimentos industriais, inclui%u0301dos semicondutores para o setor automotivo e insumos agri%u0301colas, especialmente defensivos, e%u0301 essencial para garantir dinamismo adicional a%u0300 economia do Sul.”