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No Dia da Indústria, setor comemora aumento na participação do PIB de Pernambuco

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José Paulo Lacerda/CNI
Segmento tem vivenciado momento de grande transformação no estado
Responsável por empregar mais de 280 mil pessoas, o setor industrial pernambucano se destaca por sua participação na geração de riquezas do estado. Representando 20,3% do PIB de Pernambuco, o segmento conseguiu ampliar sua participação estadual em 0,9% entre os anos de 2008 e 2018, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Nesta terça-feira (24), data em que é celebrado o Dia da Indústria, o resultado é comemorado. “Todos os setores são importantes para a atividade local, mas nota-se que a indústria pernambucana vem se modernizando e apostando em atividades com alto valor agregado que, antes, não eram uma expertise nossa e, agora, são”, disse o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE), Ricardo Essinger.  

Desde 2015, o setor tem vivenciado um momento de grande transformação a partir da chegada de um dos polos automotivos mais modernos do mundo ao município de Goiana, na Região Metropolitana do Recife. Atualmente, o local emprega mais de 14 mil colaboradores, entre planta principal, parque de fornecedores e terceiros. Até 2025, a previsão é de que o Polo Automotivo da Jeep no estado receba um investimento de cerca de R$ 7,5 bilhões, principalmente nas áreas de inovação e desenvolvimento de novos produtos e para atração de novos fornecedores para a cadeia automotiva.

O gerente de Relações Industriais da FIEPE, Maurício Laranjeira, destaca que um investimento desse porte possui o potencial de transformar toda a região. “Traz novas práticas e deixa nossa indústria mais próxima do 4.0, já que ele é capaz de atrair dezenas ou centenas de fornecedores juntos, que trazem sua tecnologia para o estado”, afirmou.

Maurício considera que a elaboração de um ambiente de negócio mais propício no estado é fruto de um trabalho conjunto do público e do privado. De acordo com a CNI, Pernambuco conta com 12.690 estabelecimentos industriais e é responsável por 19,5% dos empregos do setor na região Nordeste.

Apesar do bom desempenho, o setor não conseguiu escapar ileso das dificuldades impostas pela pandemia da Covid-19. Sofrendo com a escassez ou aumento do preço dos insumos, as indústrias de micro, pequeno e médio porte do estado foram as mais afetadas. “Elas representam da 98,5% da parte fabril e estão vivenciando um momento difícil, apesar de não terem precisado interromper formalmente a produção. Além do aumento dos preços, que não pode ser repassado integralmente para o consumidor final, essas indústrias também enfrentam complicações para obter linhas de crédito, por exemplo”, completou Maurício.

Para ele, a retomada do setor passa pela vacinação em massa. “Esse é o passo inicial para que ele possa voltar a funcionar a todo vapor”, comentou. De acordo com o gerente de Relações Industriais da FIEPE, algumas reformas estruturais também poderão auxiliar no processo. “Com a jurídica e tributária nós vamos poder ver um aumento nos investimentos, já que eles poderão ser realizados com uma maior segurança, além de ajudar na sobrevivência dos negócios já existentes”, concluiu.