° / °
Cadernos Blogs Colunas Rádios Serviços Portais

Economia de Pernambuco fecha 2020 com queda menor do que do Brasil

Por

Setor de serviços, que engloba atividades de turismo, foi bastante impactado pela pandemia.

A economia de Pernambuco registrou queda de 1,4% em 2020, recuo menos acentuado do que o do Brasil, que foi de 4,1%. Esta é a quarta retração do Produto Interno Bruto (PIB) do estado desde 2002, mas também a menor entre elas, mesmo com o cenário de pandemia que impactou fortemente a economia pernambucana, brasileira e mundial. A queda no ano passado foi puxada, principalmente, por conta do resultado negativo do setor de serviços, responsável por 75% da economia local e bastante afetado pelas medidas restritivas para conter o avanço do coronavírus. Por outro lado, o auxílio emergencial segurou uma queda mais acentuada, já que injetou entre R$ 15 bilhões e R$ 18 bilhões na economia de Pernambuco, elevando a renda e consumo no estado. 

Desde 2002, o PIB Pernambuco apresentou queda em 2003 (-2,7%), 2015 (-4,2%) e 2016 (-2,9%). Em 2019, a economia local tinha fechado com crescimento de 1,4%. Em 2020, o segundo trimestre foi o que puxou os dados para baixo, já que apresentou queda de 9,1% no estado, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Porém houve recuperação nos dois trimestres seguintes, principalmente no último do ano, com altas de 0,9% e 1,8%. 

No quarto trimestre, a maioria das atividades teve crescimento: agropecuária (15,2%), indústria (6,7%), construção civil (6,9%), comércio (5,9%). "As atividades que mais sofreram foram as que sentem os efeitos dessa dinâmica específica da crise causada pela pandemia por conta da restrição. Outros serviços (-5,3%), que engloba atividades do turismo, e transportes (-14,2%) foram as que mais sofreram", ressalta Rodolfo Guimarães, gerente de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas da Condepe/Fidem. 

A boa recuperação no último trimestre impactou positivamente no desempenho do PIB no acumulado em 2020. A agropecuária teve alta de 19,8%, indústria de 1% e comércio de 0,4%. Outros serviços teve queda de 11,9%, transporte de 15,3% e construção de 0,8%. "O recuo foi puxado, mais uma vez, pelo setor de serviços. As atividades econômicas foram interrompidas e os serviços para as famílias foram afetados, o que impactou na renda das famílias porque emprega muita gente", explica Maurílio Lima, diretor de Estudos e Pesquisas da Condepe/Fidem.

A expectativa para 2021 é melhor para a economia pernambucana, porém ainda vai depender do comportamento da pandemia ao longo do ano. "A previsão é de crescer 2,5%, mas tudo vai depender de como vai evoluir a vacinação. A flexibilização só vai existir se houver vacinação e distanciamento social. Se tudo ocorrer como se acredita, a perspectiva é desse crescimento, mas se a situação sanitária se agravar, corremos o risco de ter um ano até pior do que 2020", conclui Lima.