O economista da Fecomércio-PE, Rafael Ramos, afirma que o comércio do estado consegue crescer e vive um movimento de retomada bem mais forte do que o que se projetava até abril de 2020. "O levantamento é uma maneira de informar aos empresários e gestores do varejo acerca da disposição dos consumidores pernambucanos em comemorar o evento. A classe empresarial, assim, pode tomar decisões estratégicas nas ações das vendas”, disse.
Com quase metade dos pernambucanos dispostos a comprar, o cenário é positivo para o comércio, em comparação aos meses anteriores, e com possibilidades de reversão de uma queda do Varejo em 2020. “Apesar de não representar maioria percentualmente, o número pode ser considerado elevado, visto que o resultado já mostra uma recuperação da intenção do consumo das famílias diante da data comemorativa anterior, que foi a do Dia das Crianças, quando a intenção atingiu a marca de 38,5%”, ressalta Rafael.
De acordo com a pesquisa, os fatores que restringem parte das intenções dos pernambucanos são as dúvidas dos consumidores a respeito da credibilidade da data, devido principalmente à maquiagem de preços ocorrido nos primeiros anos, e a sua forte ligação ao e-commerce, pois ainda existe uma parcela da população que não aderiu ao canal de compras.
Entre os que pretendem comemorar a data, a maioria é do sexo masculino (55,0%) e com idade entre 18 e 29 anos (54,4%). Quanto mais se avança na faixa etária, menos é a adesão da população em comprar no período da Black Friday, com os mais velhos (com mais de 60 anos) atingindo 37,8% de intenção em comprar.
Refletindo uma das características da data, o principal meio de consumo apontado foi o comércio eletrônico, com 53,5%. Os demais canais também apresentaram percentual significativo de participação, com o comércio de rua e o de shopping alcançando 27,4% e 18,9%, respectivamente. “Esses números apontam que o período pode ser positivo para praticamente todos os canais de vendas no estado, o que possibilita também desdobramento positivo na geração de empregos temporários”, pontuou o economista da Fecomércio-PE.
Os itens mais buscados foram as roupas e os sapatos, com 18,4%, seguidos pelos equipamentos eletrônicos, celulares, tablets e utensílios domésticos. “A pesquisa traz um alento para o difícil cenário vivido pelo segmento dos calçados em 2020. O desempenho das vendas atualmente se encontra bastante negativo e sem apresentar um movimento de recuperação mesmo após a abertura dos estabelecimentos e do menor percentual de isolamento das famílias. A busca pode dar a oportunidade para que os estabelecimentos ligados a esta atividade tenham a oportunidade de trazer os estoques a níveis menos críticos, reduzindo assim o custo elevado de não vender e de estocar”, afirmou Rafael.