Motoristas de aplicativos de Pernambuco vão aderir a uma paralisação mundial que ocorre nesta quarta-feira (8). O movimento, globalmente chamado de “uber shut down” (uber desligado) pede reajustes das tarifas e melhores condições de trabalho, entre outros pleitos. O Brasil vai aderir com movimentos nas principais capitais e, no Recife, serão quatro pontos de mobilização, simultaneamente às 7h. Os pontos de encontro serão na frente das unidades do Uber e da 99, no Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes – Gylberto Freire, além de uma mobilização de caráter social no Hemope, com doação de sangue por parte dos motoristas. No estado, 30 mil motoristas são cadastrados.
A pauta completa, de acordo com Thiago Silva, tem 14 pontos. Mas o lastro da reivindicação trata da tarifa, além de mais segurança, principalmente com um cadastro mais robusto em relação aos passageiros. “A gente quer sensibilizar as empresas para a situação vulnerável em que os motoristas se encontram. A tarifa mínima já foi de R$ 6,75 e hoje já é possível fazer corridas de R$ 4,30. É inviável. Esperamos uma adesão bastante representativa dos motoristas nesse movimento”, reforçou.
Sobre um valor ideal de tarifa e a possibilidade de elevar o preço final da corrida, Thiago diz que os motoristas querem um aumento da parte que chega a eles. “O que a gente precisa é de saúde financeira para continuar trabalhando na empresa e seguir prestando o serviço. Para isso, nossa parte precisa ser maior do que a que está hoje. Como ficará no fim, a empresa pode fazer a conta. A sugestão é ela absorver o aumento que vier para a gente, já que ultimamente nós vínhamos cobrindo os aumentos de custo para rodar e as reduções de tarifa da empresa, que passou a lucrar na casa dos bilhões (R$)”, complementou.
O motivo da escolha desta quarta-feira (8) como data da mobilização é em referência à primeira oferta pública de ações na Bolsa de Valores, quando a Uber espera atingir US$ 91 bilhões em valor de mercado e arrecadar até US$ 9 bilhões. Outro detalhe importante na mobilização do Recife é que os pontos de encontro são exclusivamente em vias secundárias da cidade, sem obstrução de reuas, evitando transtornos de mobilidade aos cidadãos. Todo o movimento foi organizado por meio de redes sociais.