Economia

Faculdades pernambucanas oferecem alternativas de financiamento

Com a redução de vagas no Fies, bancos, fundos de investimento e as próprias instituições de ensino superior particulares estão oferecendo opções aos alunos

Para Lorena Marques, 17 anos, aluna do segundo período de direito da Aeso, a decisão de qual faculdade cursar passou pelos financiamentos oferecidos

Juntas, as linhas atendem quase 20 faculdades privadas locais, entre elas a Facipe, que lançou sua própria linha, a Fief, há seis meses. Alexsandro Nascimento, diretor administrativo financeiro da faculdade, explica que o crédito é uma resposta das grandes instituições privadas de ensino à nova realidade do Brasil, que é o financiamento estudantil superior com recursos públicos cada vez mais raro e com critérios de concessão mais complexos. Segundo ele, a tendência é mais as instituições privadas, isoladas ou em parcerias com entidades financeiras, passarem a oferecer financiamento próprio. "Como é o caso do Fief, parceria entre o Grupo Tiradentes (da qual a Facipe é membro) e a Lecca Financeira", resume.

Para Amábile Pácios, diretora da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), o fato é que não vai se retornar aos números de financiamentos públicos estudantil de 2014, então, as instituições de ensino privadas estão se movimentando para descongelar o número de estudantes matriculados, que está parado desde 2015. "O Fies já está tão difícil que na última seleção, das 150 mil vagas, 43% não foram preenchidas porque os estudantes não estão sendo aprovados na documentação." Ao mesmo tempo, a diretora da Fenep acredita que a inadimplência do Fies não será reproduzida nos fundos privados. "Apesar de menor burocracia, eles têm exigências maiores em relação às garantias de pagamento."

O crédito, porém, precisa de cautela. Janaína Barbosa, hoje com 29 anos, que concluiu o curso de relações públicas  da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) em 2005 e já nessa época utilizou o então FundAplub (hoje Fundacred), só conseguiu se formar por causa do financiamento. Em compensação, pagou o valor de um carro. "Meu curso custava uns R$ 800 e usei um crédito de 50% nos quatro anos. Efetivamente usei R$ 19 mil e tive que pagar R$ 30 mil. Como não arrumei emprego formada, usei a carência de um ano para começar a pagar e ainda me atrasei muito em várias prestações". Ao todo, foram 10 anos pagando as parcelas.

Já para Lorena Marques, 17 anos, aluna do segundo período de direito da Aeso, a decisão de qual faculdade cursar passou pelos financiamentos oferecidos."Peguei as informações, conversei com meus pais e fechamos contrato de 50% no setor financeiro da faculdade. Foi simples e me animou muito", detalha. Ela, porém, sabe que a responsabilidade do pagamento é grande. "Não quero deixar tudo para depois. Quero estagiar e começar a pagar", finaliza.

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