Empreendedores pernambucanos na escalada do sucesso
Negócios pernambucanos que cresceram 100% em 2016 ou prospectam crescer 100% este ano foram selecionados pela Endeavor para o programa Scale-Up 2017
Negócios pernambucanos que cresceram 100% em 2016 ou prospectam crescer 100% este ano, entre outros aspectos positivos, foram selecionados pela Endeavor, organização privada líder mundial no apoio a empreendedores de alto impacto, para o programa Scale-Up 2017. Ao todo, 16 empresas nordestinas foram escolhidas, sendo 14 delas comandadas por empreendedores de Pernambuco. No programa, que dura sete meses, os empresários escolhidos vão identificar e superar os maiores desafios de suas marcas com o auxílio de uma poderosa rede de mentores da organização, composta por 300 grandes nomes e especialistas dos setores empresarial, financeiro e industrial brasileiros. Com a ajuda, a expectativa é que todos os empreendimentos se desenvolvam acima do esperado e gerem um grande número de empregos ou vagas de alto salário, incentivando assim o reaquecimento da economia nacional.
Em 2016, mais de 200 empreendimentos integraram o Endeavor Scale-Up no Brasil. Juntas, as marcas que participaram do programa representaram um faturamento médio de R$ 1,5 bilhões e geraram mais 10 mil empregos. Pedro Almeida, coordenador da Endeavor no Nordeste, afirma que para participar do projeto, é preciso pensar grande. “A gente vê muitas StartUps sendo criadas em Pernambuco mas nem todas pensam em larga escala. Queremos que os pernambucanos sejam ambiciosos e vamos ajudá-los a conquistar seus objetivos. O grande desafio é conseguir estruturar o crescimento, para que ele seja sustentável e consiga manter a qualidade inicial dos serviços e produtos”, explica.
Com a mentoria da Endeavor, os empreendedores irão aprender com quem já errou e conseguiu acertar. “Temos mais de 300 mentores de todo o país que querem ajudar a aquecer e fomentar o ecossistema de negócios de alto impacto no Brasil. São pessoas dispostas a trocar suas experiências com quem está começando”, ressalta. Como dica para quem está começando, Almeida diz que o primeiro passo é cometer por negócios conhecidos. “Quando analisamos as Scale-ups, fica muito claro que o fundador era a pessoa certa para tocar aquele negócio. Todas as suas experiências anteriores o preparam para o seu empreendimento. Ele conhece profundamente as dores do cliente, tem os relacionamentos certos do mercado, compreende a dinâmica da industria em que o negócio atua.”, afirma o gestor.
Para ele, essa competência é fundamental para a empresa conseguir criar uma solução realmente única e diferenciada. “Por exemplo, a Grau Técnico. Antes de fundar o atual negócio, Ruy Maurício foi franqueado por 10 anos em uma rede de ensino profissionalizante. Essa experiência o deu domínio sobre a dinâmica do mercado de educação, o fez perceber a oportunidade no segmento de ensino técnico, e deu um expertise da modelo de franquias.”
Outra dica do coordenador do programa Scale-Ups 2017 é ter ambição desde o primeiro dia. “No Brasil, apenas 11% dos universitários que desejam empreender esperam criar 25 empregos após cinco anos de abertura do negócio. Essa falta de ambição contribui para o baixo número de empresas de alto crescimento e trava a geração de empregos do país. Queremos que o jovem empreendedor pernambucano sonhe cada vez mais alto.” Abaixo, trouxemos um perfil com todas as marcas pernambucanas selecionadas para o projeto este ano. Inspire-se.
Mundo do Cabeleireiro
Atualmente, as três unidades do tipo A da marca estão nos bairros de Madalena, Casa Forte e Boa Viagem. Celso Moraes, um dos donos do Mundo do Cabeleireiro, acredita que o diferencial da rede está no layout e no treinamento dos funcionários. “Percebemos que as lojas de cosméticos que existiam no estado ou eram monomarcas, como a Boticário, ou eram espaços desconfortáveis dentro de supermercados ou farmácias e decidimos criar uma loja multimarcas com um layout mais luxuoso porém com preços de centro. Deu certo”, resume.
Grau Técnico
Essa é a perspectiva de Ruy Maurício, um dos donos da franquia, que atualmente tem 250 funcionários em todo o país. Antes do empreendimento, o gestor foi franqueado por 10 anos de uma outra rede de ensino. Essa experiência o deu domínio sobre a dinâmica do mercado de educação e o fez perceber a oportunidade no ensino técnico, o que o ajudou a tornar o negócio escalável, com crescimento de 20% ao ano. “Ao escolher o modelo de franquia, conseguimos um padrão de qualidade maior e mais capacidade de capilarizar o negócio”, afirma. Hoje, a grade da rede traz mais de 20 cursos nas áreas de construção, negócios, saúde e informática.
Acqio
Gustavo Andrade, sócio do empreendimento junto com Igor Gatis, Osvaldo Arrais, Rodolfo Lucas, busca este ano continuar a expandir o negócio por todo o Brasil e aumentar o número de franquias, que já são 500 atualmente. “Estamos apostando nas pessoas que estão desempregadas e, através da franquia, poderão iniciar um negócio próprio. Nossa perspectiva, baseado nisso, é crescer até cinco vezes o faturamento de 2016, que já foi cinco vezes maior que o de 2015”, ressalta. E, até 2022, a marca também pretende se internacionalizar.
Don Diego
Josué Cabral, um dos sócios da Don Diego, explica que a grande sacada da empresa foi voltar os olhos para o mercado B2B (Business to Business), se tornando assim fornecedor de um número crescente de restaurantes, lanchonetes e lojas de conveniência. “Nossa expansão ocorreu pela observação do mercado e a percepção dessa oportunidade de fornecermos para o varejo. Nesse caso, uma boa logística também é fundamental.”
Lotebox
Com a Lotebox, buscamos usar a tecnologia para uma melhor logística e controle das mercadorias, aumentando a eficiência das empresas e a agilidade do transporte”, detalha Luiz Gomes, um dos criadores do negócio. Atualmente, a marca já roda em todos os estados. No seu histórico, eles têm uma passagem pela Plug And Play Tech Center, referência mundial em inovação, considerada uma das maiores aceleradoras do mundo.
Molegolar
A internacionalização da marca também já começou e há projetos da Molegolar em andamento nos Estados Unidos, Espanha e Portugal. “A Molegolar surgiu para resolver uma questão antiga do mercado imobiliário que é a oferta estática versus a demanda dinâmica. A vida das pessoas muda e os imóveis não acompanham isso. O que nós propomos é um sistema que da maior liberdade aos proprietários”, explica Saulo Suassuna.
Artics
“Primeiro, identificamos o mercado de smartphones como um segmento com grande penetração, lá em 2012 e criamos uma metodologia de estudo diferenciada e focada na resolução de questões e na mobilidade desse material”, explica Arthur Padilha, um dos criados da empresa. Os projetos, que utilizam inteligência artificial para o sequenciamento do plano de estudos de forma a otimizar o tempo do aluno, também devem chegar a área de saúde em breve. “Vamos trabalhar mais com aplicativos para concursos e deveremos entrar no mercado de saúde com algo voltado aos estudantes de medicina”, adianta Padilha.
FindUp
“Queremos ofertar todas as soluções para a necessidade das pessoas em técnicos de informática. Somos uma espécie de Uber dos técnicos”, reforça Fábio Freire, um dos sócios do negócio. Criada em 2015, a FindUp já está disponível em 550 cidades brasileiras, tem escritório no Recife e em São Paulo e mais de quatro milhões de usuários em todo o país. Para 2018, a meta internacionalizar. “Estamos programando nossa entrada nos mercados do México, Argentina, Portugal, entre outros.”
Kook
“Fora do Brasil, vimos que existiam apresentações de sal e pimenta que as pessoas se orgulhavam de colocar em destaque na mesa e foi quando tivemos a ideia de trazer para aqui, pois a maioria das embalagens de sal comercializadas não tinham nada de interessantes”, explica Gustavo Accioly, um dos donos da Kook. Hoje, com mais de 20 produtos, os carros-chefes da Kook são os sais do Himalaia (ou sal rosa), marinho e defumado e as pimentas do Reino e Branca. A empresa possui uma fábrica em Olinda e um escritório em São Paulo.
Açaí Concept
“Somos um fast food de comida saudável. Nosso foco é popularizar o consumo das super frutas como açaí, pitaia e cupuaçu. Além disso, nosso custo é fixo, o cliente escolhe o que quiser até encher o copo e não paga a mais por cada ingrediente acrescentado”, afirma Melo. Criada em 2014, a empresa tem mais de 50 unidades em Alagoas e 20 em Pernambuco, seus estados base, e oferece quatro modelos de franquias negócio: loja, quiosque, foodtruck e toten, para vários tipos de bolso. O investimento mínimo é de R$ 70 mil.
Genomika
Uma grande oportunidade de crescimento para a empresa veio com o novo rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) publicado em janeiro de 2016 e que tornou possível realizar sequenciamento e rastreamentos com a cobertura dos planos de saúde. “Nosso objetivo é permitir que a tecnologia ajude mais pessoas”, afirma João Bosco. O médico também visualiza chances de abrir unidades em outros países, como os Estados Unidos.
Self It
No mesmo período, a Self It também irá inaugurar novas unidades na Paraíba, Pernambuco e Bahia, totalizando 50 lojas. Inspirado nas academias norte americanas, Leonardo afirma que percebeu o potencial do mercado ao analisar os números relacionados a população que faz exercício físico. “No Brasil, esse número representa menos de 5% da sociedade, então, o potencial de crescimento é muito grande e nós, queremos atender essa demanda crescente”, ressalta.
Neurotech
Em 2018, o foco será ajudar órgãos do governo a perceberem empresas que causarão problemas na arrecadação. “O que fazemos é usar a tecnologia para prever o futuro. Basicamente, é um modelo de negócio que pode ser encaixado em qualquer área”, resume Rodrigo Cunha, um dos fundadores da marca, que foi uma das primeiras aceleradas pelo Centro de Estudos de Sistemas Avançados do Recife (CESAR). Com os novos públicos, a expectativa da Neurotech é crescer 40% até dezembro.
Hive Log
A Hive Log é uma empresa pernambucana especializada em tecnologia da informação aplicada à logística. Este ano, o negócio lançou o Hivecloud 3PL, ferramenta para gerenciar toda a relação das empresas com transportadoras e, em 2018, a empresa se prepara para apresentar ao mercado nacional uma plataforma onde será possível, além de gerenciar a operação de logística, contratar transportadoras disponíveis por geolocalização, tanto para cargas fracionadas ou fechadas. Com as novidades, a marca esperar crescer uma média 100% por ano até 2021. Atualmente, a empresa tem 43 funcionários e 3,5 mil clientes em todos o Brasil.
Iniciado em 2005, através da incubação no Centro de Estudos de Sistemas Avançados do Recife (CESAR), o investimento inicial da marca foi praticamente zero, segundo Daniel Brasil, um dos dois sócios da HiveLog. “Começamos comprando cinco computadores. Esse foi o valor que usamos para iniciar a empresa”, afirma. Até 2019, Brasil estima que a marca esteja valendo R$ 30 milhões. Em 2016, o crescimento da empresa foi de 100%, sucesso obtido após a pivotagem (giro) do modelo. “Antes, trabalhávamos com um software que precisava ser implantado. Em 2013, resolvemos resumir a aplicação em um site, que pode ser comercializado e implantado através da internet e isso nos deixou escaláveis”, explica.