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Economia que faz o e-lixo circular

Polo de Recondicionamento de Computadores, que será instalado na Fábrica Macaxeira, pretende estimular uma mudança no modelo de produção atual

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Sávio Domingos diz que foco do Polo será na formação de mão de obra, na recolocação de material descartado e na incubação de projetos. Foto: Roberto Ramos/DP
Pernambuco deve entrar no mapa da economia circular do Brasil até o próximo mês de dezembro, com a inauguração do Polo de Recondicionamento de Computadores, que deve ser instalado na Fábrica Macaxeira, Zona Oeste da cidade. A ideia do espaço, assim como do conceito de economia circular, é a de estimular uma mudança no modelo de produção, onde o extrair/produzir/descartar é substituído pelo modelo produzir/reparar/remanufaturar. O tema não é novo. Mas diante do cenário de crise e escassez atual, essa busca voltou a ser explorada pelo mercado, principalmente nas empresas de eletrônicos, que estão cada vez mais preocupadas com as consequências do “e-lixo” e o desperdício que ele representa.

O polo local está sendo capitaneado pelo Centro de Recondicionamento de Computadores do Recife (CRC) e deverá custar R$ 3 milhões. O CRC é uma instituição social do colégio Marista, que instalará o polo em parceria com os governos federal e estadual. Sávio Domingos é o coordenador do espaço e afirma que o local tornará Pernambuco referência no tema. “Hoje, cada pessoa gera seis quilos de resíduo sólido a cada 12 meses. Geramos e desperdiçamos, no Brasil, 1,4 milhão de toneladas por ano. Isso é jogar matéria-prima no lixo, jogar dinheiro fora. Como Pernambuco é um polo de tecnologia, precisa sair na frente na gestão do e-lixo”, reforça.

Sávio Domingos acrescenta que, no Polo, o foco será na formação de mão de obra, na recolocação de material descartado e, no futuro, na incubação de projetos de base tecnológica que trabalhem com reciclagem e reúso. “Também iremos ajudar ao governo federal a implantar outros três polos em Brasília, São Paulo e Rio Grande do Sul”, completa o coordenador do CRC.

Outro espaço local atuante na gestão dos resíduos eletrônicos é o IT Green, braço de responsabilidade social do Porto Digital. Com um portfólio de 300 empresas de tecnologia embarcadas no Porto, o IT Green instituiu no calendário local um seminário bianual para discutir o tratamento de resíduos eletrônicos dessas empresas e de outros empreendimentos locais.

Iniciado na última semana, com palestrantes da Bélgica, Índia e Argentina além de pesquisadores e referências nacionais, o V Seminário Internacional sobre Resíduos Eletroeletrônicos (Siree) segue até a próxima quinta-feira com oficinas e workshops diários gratuitos sobre reciclagem de lixo eletrônico no shopping Paço Alfândega.

Também segue até a próxima quinta o ponto de coleta de eletrônicos instalado no térreo do shopping. Joana Sampaio, coordenadora do Siree, adianta que tudo o que for arrecadado irá para o CRC, que vai retrabalhar, recondicionar e atender as mais de 250 instituições, em dez estados, com as quais trabalha. “O Porto Digital tem consciência da importância da gestão do lixo eletrônico em ambientes de inovação e, por isso, protagoniza o debate para que melhores práticas sejam implementadas no ecossistema local”, explica. Interessados em participar podem se inscrever no www.eventick.com.br/sireenopacoalfandega.