° / °

Grupo Luna, proprietário do Atacado dos Presentes, inicia obras do Shopping Marista

Projeto terá 195 lojas, distribuídas em três pavimentos, e estacionamento com capacidade para 520 veículos. Inauguração deve ocorrer em 2018

Por

Novo mall será ligado à unidade do Atacado dos Presentes por uma praça temática com visão recíproca de ambos os prédios. Foto: Rangel Moreira Arquitetura/Divulgação
O Shopping Boa Vista, um dos principais centros comerciais do Centro do Recife, ganhará um concorrente de peso nos próximos três anos. Treze anos depois de ter concretizado a compra do antigo terreno onde por décadas funcionou o Colégio Marista, um dos mais tradicionais do Recife, o Grupo Luna, proprietário da rede Atacado dos Presentes, iniciou as obras de construção do Shopping Marista. O novo centro de compras será erguido ao lado da unidade do Atacado dos Presentes, na Avenida Conde da Boa Vista. As obras estão na fase das fundações e a previsão é de que sejam concluídas em 2018.

O terreno, de 15.409,75 metros quadrados, receberá um total de 195 pontos comerciais, contando com a loja âncora principal, a própria unidade do Atacado dos Presentes, que será integrada ao novo shopping por uma praça temática. O projeto, criado pelo escritório Rangel Moreira Arquitetura,  prevê um total de cinco pavimentos, totalizando cerca de 45 mil metros quadrados de área construída. As lojas serão distribuídas entre o térreo, primeiro e segundo pavimentos. No terceiro, será instalada a praça de alimentação. O estacionamento, com capacidade para 520 vagas, ficará no pavimento semi-enterrado.

O Grupo Luna não informou o investimento total no empreendimento, mas ressaltou que todos os recursos financeiros empregados são próprios. De acordo com a direção do grupo, dados como a quantidade de empregos diretos gerados durante o pico das obras e após o início da operação do shopping ainda estão sendo calculados, bem como quais as lojas que já demonstraram interesse em operar no mall.

O atual projeto de construção do Shopping Marista passou por modificações nesses 13 anos de espera, uma vez que a planta inicial, criada em 2004, previa um total de 294 lojas e apenas três pavimentos. De acordo com Luiz Rangel Moreira, um dos responsáveis pelo projeto arquitetônico no novo mall, a demora em oficializar a planta final ocorreu por dois motivos.

Primeiro, por que a direção do Grupo Luna priorizou a reforma e ampliação da unidade do Atacado dos Presentes localizada no bairro da Torre, o que consumiu uma nova injeção de recursos próprios, e a possibilidade de abertura de outra unidade da rede varejista no Recife, ainda em análise. A segunda razão é que a equipe de arquitetos realizou um amplo trabalho de pesquisa documental e estrutural do terreno do Marista, no sentido de adaptar o projeto ao prédio principal, avaliando, inclusive, questões urbanas, como o lençol freático da região (para a construção do pavimento semi-enterrado) e o impacto no trânsito, entre outros pontos.

Segundo Moreira, um parecer da Prefeitura do Recife deu o aval para a demolição de dois dos prédios do conjunto do Marista (uma ampliação de salas e uma capela, consumadas anos atrás), embora não houvesse nenhuma espécie de tombamento municipal. O arquiteto garantiu que a licença de construção e todo o projeto arquitetônico estão devidamente aprovados pela Prefeitura do Recife. Assim, o edifício original do Colégio Marista será preservado nas suas características históricas.

“A preservação do prédio principal do Marista sempre esteve nos planos do Grupo Luna, ideia compartilhada por nós, arquitetos que elaboramos o projeto. Fizemos um detalhado trabalho de pesquisa para descobrir as transformações estruturais pelas quais o Marista passou, inclusive a perda de parte do terreno para o alargamento da Avenida Conde da Boa Vista. A preservação, restauração e adaptação deste prédio principal à planta completa trará ao empreendimento um diferencial pela manutenção viva da memória da instituição e do Recife, valorizando-o como elemento importante em todo o conjunto urbano da localidade”, explicou Moreira.

Visão recíproca
Na concepção da planta, pontuou Moreira, há uma caraterística de convivência do novo com o antigo. O principal conceito do projeto foi criar espaços livres entre os dois edifícios, com a criação de uma grande praça com coberta translúcida separando-os para que sejam vistos de maneira recíproca. Serão mantidas, acrescentou o arquiteto, as características originais do edifício do antigo colégio, integrando seu interior ao uso comercial e valorizando seus ambientes. O prédio do antigo colégio abrigará, além de lojas, atividades culturais e existe a possibilidade de uma parceria com o Teatro do Parque.  

Sobre a questão do possível impacto no trânsito da região e a construção de mais um empreendimento deste porte na cidade, Luiz Moreira detalha: “O acesso e saída de veículos acontecerão pela Rua da Conceição, e o principal, de pedestres, será pela Avenida Conde da Boa Vista. Todos os estudos técnicos e de mercado constataram a viabilidade do projeto, já que a região apresenta um fluxo de pessoas e veículos caraterísticos, voltados para os usuários que circulam no Centro da cidade”.