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Pelas águas da dança

Projeto Paisagens Oníricas, idealizado por Marina Mahmood e Iezu Kaeru, investiga relação entre corpo, afeto e ecologia das comunidades ribeirinhas do interior de Pernambuco

Publicado em: 04/12/2023 06:00

Projeto busca ressignificar a relação corporal e afetiva da população pernambucana com as águas dos rios  (Divulgação)
Projeto busca ressignificar a relação corporal e afetiva da população pernambucana com as águas dos rios (Divulgação)
Artista de dança e produtora cultural, Marina Mahmood, juntamente com o fotógrafo e músico Iezu Kaeru, idealizaram o projeto itinerante Paisagens Oníricas, que busca ressignificar, de forma investigativa e lúdica, a relação corporal e afetiva da população pernambucana com as águas dos rios que cortam as comunidades ribeirinhas. Ministrando oficinas multimídia que misturam o audiovisual, a dança e performances em três localidades do interior do estado a partir de amanhã, com programação até o dia 12, os dois circulam com atividades que jogam luz na urgência da preservação ambiental.
 
A Ilha de Assunção, território indígena situado em Cabrobó, Itacuruba e Limoeiro é que receberão esse projeto de Marina e Iezu. A primeira. Beneficiados com residências artísticas feitas entre os meses de agosto e setembro deste ano, os estudantes do ensino médio que habitam as comunidades ribeirinhas são da Escola Indígena Capitão Dena (território Truká, Ilha de Assunção, Cabrobó), da EREM Professora Maria de Menezes Guimarães (Itacuruba) e da EREM Professora Jandira de Andrade Lima (Limoeiro). O resultado da imersão desses participantes com o processo investigativo e criativo que foi proposto pelo projeto Paisagens Oníricas poderá ser apreciado em programação aberta ao público, entre os próximos dias 5 e 12 de dezembro, em cada cidade contemplada.
 
A Ilha de Assunção, em Cabrobó, abre a programação amanhã, na Aldeia Jatobazeiro, uma área de retomada indígena. Em seguida, na quinta-feira, o grupo vai para a Praça Matriz Nossa Senhora do Ó, no centro do município de Itacuruba. Encerrando as apresentações do projeto Paisagens Oníricas, a Praça da Bandeira, na cidade de Limoeiro, recebe o evento na terça-feira. A dinâmica realizada em cada lugar começa com uma performance da artista de dança Marina Mahmood, às 19h, acompanhada por banda ao vivo, utilizando fogo e outros artifícios. No caso da Ilha de Assunção, a apresentação será às margens do Rio São Francisco. Na sequência, o projeto traz debate entre os arte-educadores e os participantes das oficinas e, por fim, às 21h30, é exibida a videodança Corpo Onírico.
 
O conceito ecológico faz parte do projeto porque ele inclui a expressão das subjetividades como um meio para discutir questões ambientais, relacionamento do ser humano com a sua natureza interna e a natureza externa. Da mesma forma como inspira os participantes a repensarem diversas relações com as águas dos rios que cortam os seus territórios. A performance e as oficinas buscam o diálogo do movimento corporal com as paisagens e elementos da ecologia que nos cerca.
 
“A dança abre um caminho para dentro e para fora. Tem coisas que não são tão lógicas que você mal consegue falar, mas que você se coloca através do corpo. Nossa sociedade não sabe lidar bem com sentimentos, então a dança é uma ferramenta de expressão fundamental e potente de transformação pessoal e coletiva, que sempre esteve presente na humanidade, e é também um meio de conexão com a espiritualidade para quem acredita. E trabalhar a dança com adolescentes eu acho ainda mais potente justamente porque eles estão numa fase de descoberta pessoal muito aberta. É uma maneira de possibilitar uma expressão de si que é tão tolhida pelo mundo. Com certeza não sou a mesma depois de passar por essa experiência também”, destaca a idealizadora Marina Mahmood, ao Viver.
Tags: ambiente | meio | dança, | águas, |

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