O boom de Carol Levy
Com vídeos publicados na internet com produção própria, a artista pernambucana conquistou uma legião de fãs
Se as histórias encantam tanto, sem dúvidas a que conta a trajetória de Carol Levy não fica para trás. A artista, que começou contando histórias nas livrarias do Recife, há cinco anos, hoje tem seu DVD no canal NetFlix e agora grava seu primeiro CD e faz shows com ingressos que se esgotam antes mesmo da apresentação.
A bagagem de Carol para o trabalho que faz atualmente vem da carreira dedicada à publicidade, ao canto e à locução. Sua casa, no Alto do Mandu (Apipucos), se transformou em um universo particular de histórias infantis. A artista montou lá seu estúdio audiovisual e começou a desenvolver suas narrativas, que foram filmadas e publicadas na internet. Aí, ja viu, foi um sucesso! Os vídeos foram rapidamente espalhados e Carol quebrou barreiras, acumulando milhares de fãs e seu cativo público de livrarias, bienais de literatura e eventos infantis.
As histórias são o estandarte cultural da artista pernambucana, que, ao pensar como fazer da sua voz sua expressão, além de seu instrumento de trabalho, encontrou na contação sua realização profissional. “A literatura infantil é um mundo maravilhoso a ser destrinchado e a contação de história é uma maneira de multiplicar esse universo educando, entretendo e fazendo os pequenos ouvintes refletirem”, acredita Carol Levy.
Segredos do sucesso
A música está sempre ali, coladinha às histórias, e cada narração traz uma trilha sonora original. Os arranjos originais trazem ainda mais refinamento ao trabalho e, para isso, ela conta com a ajuda profissional do seu parceiro de trabalho e marido, o produtor musical Carlinhos Borges. E assim, todo o enredo ganha vida e aguça a imaginação das crianças.
Um mergulho nas histórias
ENTREVISTA: Carol Levy
- Onde começou, pra valer, a Carol Levy?
Carol Levy começou quando eu percebi que nada que eu fazia me agradava. Eu nunca estava satisfeita, sempre quis buscar algo que me fizesse sentir participante de uma melhora, tanto para mim, quanto para as outras pessoas. Sempre quis investir na minha carreira musical mas nunca tive coragem de mergulhar de cabeça. Depois de tantas coisas experimentadas e com a idade chegando, eu vi que tinha que decidir o que eu queria fazer da minha vida. Chutei o balde e fui atrás da carreira artística, mesmo sem saber direito no que ia dar. Eu só tinha uma certeza: o caminho era o trabalho com a voz, minha grande paixão.
- E como chegou nas histórias infantis?
Pensava que poderia agregar outras coisas a isso, então fui fazer vários cursos: teatro, desenho artístico etc. Numa tarde de exercícios, como num sopro, pensei: contar histórias! Fui atrás disso e nunca mais larguei. O começo do meu trabalho se deu na Livraria Cultura do Paço Alfândega: passei mais de um ano contando histórias semanalmente na livraria. Foi um grande laboratório e uma grande vitrine. Tudo começou lá, em 2010.
- A arte e a música sempre estiveram em sua vida?
Desde criança fiz cursos de canto e estive envolvida em bandas e apresentações na escola. Também sou locutora e cantora, faço esse trabalho para produtoras de áudio há dez anos. Hoje não tenho feito tanto pois o foco é todo voltado para a minha carreira.
- Sempre pensou em trabalhar com criança?
- Onde entra a família?
Sou casada com Carlinhos Borges, o produtor musical do meu trabalho. Além disso, ele é o meu amigo, parceiro de composições e da vida e meu amor. Sem o apoio de Carlinhos eu nunca teria chegado onde cheguei. Além dos frutos do meu trabalho, fizemos o nosso maior tesouro: Bento, nosso pequeno de dois anos e meio. Ele é a minha maior inspiração. Muitas músicas surgem através das minha brincadeiras com ele!
- Como é sua relação com o filho, apesar do corre-corre na profissão?
Minha relação com o meu filho é de muita dedicação e presença: me viro nos 30 para participar da sua rotina ativamente. Como trabalho muito em casa quando não estou na maratona de shows, isso facilita muito o nosso convívio, mas tenho que ter muita disciplina para escutá-lo brincando ou até chorando e continuar sentada trabalhando. É difícil, mas dá certo. Tive que aprender a me organizar muito bem para dar conta de tudo. Faremos quatro shows no início de junho em Campinas, e o nosso galego vai conosco, claro!
- O filhote curte a “Carol Levy artista”?